
Os ventos fortes que chegaram a até 80 quilômetros por hora, atingiram toda a Grande São Paulo e no ABC pelo menos 24 árvores foram abaixo por conta da ventania. Desbarrancamento e destelhamento de casas também foram registrados, mas ninguém se feriu. Segundo o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Franco Nadal Junqueira Villela, o fenômeno que atingiu as cidades paulistas está ligado ao ciclone extratropical que atingiu o sul do país, porém os ventos fortes não devem seguir até o fim de semana, mas trarão, como efeito, a queda das temperaturas.
Villela diz que, apesar do ciclone que atingiu o sul do país não chegar até São Paulo, ele foi um dos responsáveis pela movimentação dos ventos fortes, que chegaram a 90km/h no litoral paulista, por exemplo. Na região metropolitana, no entanto, a maior velocidade foi de 80km. “Os ventos fortes em São Paulo estão associados ao ciclone, que embora não tenha passado por aqui trouxe essa ventania. Esses ventos costumam ocasionar quedas de árvores, que são as maiores causas de risco de vida se comparados com chuvas e raios, por isso a população deve se proteger da queda de troncos e galhos que também costumam atingir os fios da rede elétrica”, oritenta.
Apesar dos ventos fortes se manterem durante toda a quinta-feira (13/07), no início da noite, por volta das 19h eles cessaram, conforme já era a previsão do Inmet. No entanto, o efeito destes ventos, que é a queda da temperatura, vai perdurar por todo o fim de semana, trazendo inclusive chuva em pequeno volume. “Vamos enfrentar um choque de temperatura porque esta quinta-feira foi quente e seca, e os ventos produziram uma frente fria que chega à Grande São Paulo derrubando a temperatura que vai chegar a 11 graus na noite de sexta-feira, com garoa e chuva fraca. O sábado amanhece gelado com temperaturas perto dos 8 graus, mas a temperatura sobe ao longo do dia com o sol. O domingo tem previsão de tempo mais firme, mas ainda frio com temperatura em torno de 11°”, detalha o meteorologista do Inmet
Ribeirão Pires e São Bernardo tiveram os maiores números de quedas de árvores. Cada cidade registrou 10 casos. Segundo a prefeitura de Ribeirão Pires, ninguém se feriu e todas as ocorrências foram atendidas pela Defesa Civil. A administração municipal informou que na rua Embaixador houve um desbarrancamento e três casas foram atingidas. Na rua Pitogonas, uma árvore atingiu a rede elétrica e a Enel esteve no local para restabelecer o fornecimento de energia.
O paço de São Bernardo informou que entre a madrugada desta quinta-feira (13/7) até o fim da tarde foram registradas dez ocorrências de queda de árvores, sendo cinco em áreas públicas e cinco em áreas particulares. Em nenhuma ocorrência houve vítimas. “Todas as equipes da Defesa Civil municipal estão em estado de alerta e de prontidão para atendimento aos munícipes. Além disso, há abrigo montado para acionamento em caso de necessidade”, explica a prefeitura em nota.
Em Diadema três árvores caíram, uma no Centro da cidade e duas no bairro Eldorado. A Defesa Civil esteve nos locais destas ocorrências que não deixaram feridos, mas vários danos materiais. “O órgão segue em prontidão, juntamente com as demais áreas da prefeitura. Quanto ao serviço de acolhimento, a Operação Inverno, liderada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, já prevê o uso de espaços públicos e entidades conveniadas para pessoas eventualmente desabrigadas ou submetidas aos rigores das baixas temperaturas”, diz informe da administração.
Em Santo André foi registrado o destelhamento de uma casa e a queda de uma árvore. “A Defesa Civil de Santo André recebeu duas solicitações relacionadas a eventos causados pelos fortes ventos que atingem a região, desde essa madrugada: uma referente a destelhamento de garagem que acabou atingindo o imóvel vizinho e outra de queda de árvore interna, que também atingiu o imóvel vizinho. Os danos são de pequeno porte. Não há relatos de vítimas. O Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil está realizando o monitoramento do risco meteorológico e todos os integrantes do sistema estão em estado de atenção para o atendimento, caso necessário”, diz a prefeitura, em nota que destaca ainda que a cidade tem 13 locais que servem de abrigos provisórios para o caso de desabrigados ou desalojados.
As prefeituras de Mauá e Rio Grande da Serra não responderam.