Muita gente associa a cidade inteligente a uma cidade tecnológica, mas na verdade é muito mais do que isso. Segundo Marcos Godinho, diretor do Parque Tecnológico de Santo André, a cidade inteligente reúne predicados perceptíveis à população no que toca à qualidade de vida. A diferença entre tantas outras que já fazem isso há anos, nos quatro cantos do mundo, é que a cidade inteligente atual usa a tecnologia para alcançar esse objetivo, como faz Santo André.
Entre os tais predicados da cidade inteligente, Godinho destaca a resiliência para enfrentar grandes desafios, como as mudanças climáticas. Cidades inteligentes, diz, pensam um futuro em que possam ser mais amistosas para a população, para que esta se sinta mais acolhida do que em um modelo organizado em torno dos automóveis. São mais propícias ao transporte coletivo, mais justas, sustentáveis, inclusivas e dedicadas ao desenvolvimento de políticas para abrigar o conjunto das demandas das populações.
Nesses tempos modernos em que a única vocação relevante é a inovação, inovar é o trunfo de Santo André, que conta com o apoio e a expertise do Parque Tecnológico da cidade, uma política pública vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico. “O que vai dar competitividade à cidade é a capacidade de inovar e nesse sentido o parque pode ser um instrumento fundamental nos mais diversos setores”, garante ao pensar nos próximos 30 anos.
Godinho conta que somente no HUB de Inovação do Parque Tecnológico de Santo André são 27 as empresas associadas, que representam os setores industriais químico e petroquímico de borracha e plástico, atores responsáveis por, pelo menos, 75% do PIB industrial nos dois segmentos. “No programa HUB de Inovação conseguimos a captação de R$ 19 milhões em fundos públicos de fomentos para desenvolvimento e inovação, é a capacidade que estamos promovendo localmente de acessar fundos que não eram acessados pelas empresas”, revela.
Para o diretor, Santo André pode se considerar referência em tecnologia para todos que querem inovar e causar impacto, mas a região, que tem hoje mais de 100 mil graduandos, tem desafios para o futuro que passam em princípio pela política educacional que extrapola as fronteiras das cidades do ABC e começam pela expansão dessa oferta. Outro desafio é aproximar as empresas da capacidade que está sendo desenvolvida, e, sobretudo, manter os jovens nas escolas e universidades.