ABC - quinta-feira , 2 de maio de 2024

‘Milagre de Istambul’: única final da Liga dos Campeões na Turquia teve ingleses x italianos

Quando Manchester City e Inter de Milão entrarem em campo neste sábado, Istambul estará recebendo sua segunda final de Liga dos Campeões da história. Em 2005, única ocasião antes deste encontro, a decisão ficou marcada por uma reação histórica do Liverpool diante do Milan. Por coincidência, a partida também colocou frente a frente ingleses e italianos.

O estádio Olímpico Atatürk será a sede da decisão deste sábado. Com capacidade para 75 mil pessoas, ficou marcado em 2005 com uma das finais mais surpreendentes da história da Liga dos Campeões. Na ocasião, o Milan, de Maldini, Nesta, Dida, Crespo, Pirlo, Kaká, Seedorf, Shevchenko e Cafu, chegou a abrir 3 a 0 na decisão, ainda no primeiro tempo, mas deixou escapar o título europeu.

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O Liverpool era, no papel, inferior ao Milan, que vivia o auge de sua geração de ouro. Gerrard, Xabi Alonso e Carragher eram os principais nomes da equipe, que chegou à decisão após eliminar Bayer Leverkusen, Juventus e Chelsea nas oitavas, quartas e semi, respectivamente. No último confronto, inclusive, se classificou após marcar apenas um gol no agregado.

O Milan abriu o placar na decisão logo no primeiro minuto de jogo com Maldini; Crespo, duas vezes, ampliou o marcador na reta final do primeiro tempo. Com 3 a 0, a narrativa de uma vitória acachapante dos italianos já estava escrita, mas o Liverpool conseguiu se recuperar após o intervalo – e contou com o apoio de sua torcida. Durante os 15 minutos, os ingleses entoaram a canção “Youll Never Walk Alone” (em tradução literal, “Você nunca andará sozinho”) adotada como hino pelo clube.

O apoio surtiu efeito. Aos 16 minutos do segundo tempo, o Liverpool já empatava a partida por 3 a 3 e dominava o Milan dentro de campo, que parecia arrasado em campo. Na prorrogação, o papel se inverteu: os italianos voltaram a ter chances de vencer a partida, mas não conseguiram o empate do placar.

Nos pênaltis, mais um “milagre”. Dida, conhecido ao longo de sua carreira como um dos grandes pegadores de pênalti de sua geração, não brilhou; Jerzy Dudek, goleiro reserva do Liverpool, foi quem garantiu o título dos Reds, o quinto de sua história, na vitória por 3 a 2 nas penalidades máximas.

O encontro deste sábado entre City e Inter será um “tira-teima”. E o quinto entre italianos e ingleses na decisão da principal competição de clubes do mundo. No retrospecto, duas vitórias para cada lado, sendo que em todas as ocasiões o representante inglês foi o Liverpool. Em 1984 e 2005, vitória sobre Roma e Milan, respectivamente; em 1985 e 2007, Juventus e Milan se vingaram dos Reds.

FINAIS CANCELADAS
Apesar de ser apenas a segunda vez que a Turquia recebe uma final de Liga dos Campeões, o país, que se localiza na Europa e Ásia, já deveria ter sediado outras duas decisões. Em 2020, no primeiro ano de pandemia, o mata-mata foi paralisado nas oitavas de final em meio à explosão de casos da covid-19. Como solução, a Uefa realizou as partidas finais em Portugal, em jogo único das quartas de final até a decisão. O Bayern de Munique foi campeão na ocasião.

No ano seguinte, por ter perdido a chance de sediar a decisão, a Uefa voltou a programar a cidade de Istambul para receber a final. No entanto, novo pico de casos da covid-19 no país fez com que Portugal recebesse a decisão pelo segundo ano consecutivo. O estádio do Dragão, na ocasião, recebeu pouco mais de 20 mil torcedores no confronto entre Manchester City e Chelsea. Foi a primeira partida a ter público.

Em 2023, a imprensa inglesa chegou a divulgar que o estádio Olímpico Atatürk poderia, mais uma vez, ser substituído pelo estádio do Dragão. A razão dessa vez seria política, ao invés da pandemia. A Turquia passa por eleições e, de acordo com o jornal Daily Mail, o clima poderia gerar instabilidade para que a capital recebesse a final da competição. A Uefa, por meio do jornal espanhol Marca, negou a informação ainda em maio.

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