Vendas e a locação de imóveis residenciais usados cresceram no 1º trimestre deste ano em 12 das 16 regiões do Estado pesquisadas mensalmente pelo Conselho Regional do Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).
Esses resultados foram considerados “surpreendentes” pelo presidente do CreciSP, José Augusto Viana Neto: “Os juros altos, as limitações impostas pelos bancos para acesso ao financiamento e o desemprego ainda elevado somado à perda de poder aquisitivo com a inflação e dificuldades para obtenção de aumentos reais de salários não autorizavam prever que a maioria dos mercados apresentasse crescimento nesse período”.
O aumento nas vendas de casas e apartamentos foi registrado nas regiões de Osasco, São José do Rio Preto, São Carlos, Sorocaba, Ribeirão Preto, Baixada Santista, Bauru, Piracicaba, Araçatuba, Jundiaí, Vale do Paraíba e Litoral Norte e Marília. Com saldo negativo ficaram as regiões do ABCD, Guarulhos, Campinas e Presidente Prudente.
Dessas 16 regiões, a locação de casas e apartamentos ficou com saldo negativo apenas nas áreas de Ribeirão Preto, Bauru, Vale do Paraíba e Litoral Note e Presidente Prudente.
Viana Neto ressalta que os bons resultados do 1º trimestre devem ser vistos com lupa, “especialmente no que se refere aos valores e tipos dos imóveis mais vendidos e alugados para que se tenha uma dimensão mais clara do comportamento dos dois mercados”.
O balanço trimestral revela, de fato, limitações dos preços de venda e de locação dos imóveis no conjunto das 16 regiões do Estado. “Está clara a concentração das vendas e locações em imóveis de menor preço, resultados que se alinham com o perfil de renda da maioria da população”, diz o presidente do CreciSP.
Ele lembra que o salário médio dos brasileiros ficou em R$ 2.853,00 no trimestre encerrado em Fevereiro último, segundo o IBGE. “O mesmo IBGE divulgou que o ganho médio dos brasileiros 1% mais ricos, de R$ 17.447,00, correspondeu em 2022 a 32,5 vezes a renda da metade da população com menos recursos, de R$ 537,00”, acrescentou.
Usados de até R$ 300 mil de predomínio das casas
O balanço consolidado das pesquisas do CreciSP mostra que neste 1º trimestre as casas foram mais vendidas que os apartamentos em sete das 13 regiões pesquisadas em que foi possível apurar os preços médios de venda desse tipo de imóvel.
As casas mais vendidas foram as de preços até R$ 250 mil e de até R$ 300 mil. Já a maioria dos apartamentos foi vendida por até R$ 250 mil (ver quadro abaixo).
“As pesquisas feitas pelo CreciSP, que consideram os preços efetivos de venda e não os anunciados, fornecem aos compradores e investidores um indicativo claro de quais são os tipos e valores de imóveis que têm maior liquidez, informação relevante para quem não quer ficar preso a imóveis que demandam mais tempo para serem vendidos ou alugados”, destaca Viana Neto.
Na locação, o predomínio das casas foi muito mais amplo, sendo elas o tipo de imóvel mais alugado em 13 regiões e os apartamentos em três.
As casas que mais foram alugadas no 1º trimestre tinham aluguéis variando entre até R$ 1.000,00 e até R$ 1.500,00. A maioria dos apartamentos foi alugada por até R$ 1.250,00 (ver quadro abaixo).
“Neste ponto não há surpresas porque as cidades do Interior, mesmo as maiores, têm muito maior oferta de casas do que de apartamentos para venda e locação”, pondera Viana Neto. “Especialmente na locação, as casas costumam ter maior área útil e não têm a despesa extra do condomínio, o que as torna mais atrativas”, acrescenta.
As casas que mais foram alugadas no 1º trimestre tinham aluguéis variando entre até R$ 1.000,00 e até R$ 1.500,00. A maioria dos apartamentos foi alugada por até R$ 1.250,00 (ver quadros abaixo).
Vendas:
– casas predominaram em 7 regiões e apartamentos em
6 Casas – preços e quantidade das mais vendidas (1)
R$ 200 mil – 2
R$ 250 mil – 9
R$ 300 mil – 9
R$ 350 mil – 5
R$ 600 mil – 1
R$ 700 mil – 1
Apartamentos – preços e quantidade dos mais vendidos (2)
R$ 150 mil – 2
R$ 200 mil – 4
R$ 250 mil – 8
R$ 300 mil – 4
R$ 350 mil – 1
R$ 400 mil – 2
R$ 600 mil – 1
R$ 700 mil – 1
R$ 800 mil – 1
Locação:
– casas predominaram em 13 regiões e apartamentos em 3
Casas – preços e quantidade das mais alugadas (3)
R$ 1 mil – 8
R$ 1,250 mil – 2
R$ 1,5 mil – 8
R$ 1,750 mil – 3
R$ 2 mil – 4
R$ 2,5 mil – 2
R$ 3 mil – 1
R$ 5 mil – 1
Apartamentos – preços e quantidade dos mais alugados (4)
R$ 1 mil – 5
R$ 1,250 mil – 7
R$ 1,5 mil – 6
R$ 1,750 mil – 3
R$ 2 mil – 3
R$ 2,5 mil – 2
R$ 3 mil – 2
- preços médios das mais vendidas sempre acima de 51% do total
vendido no trimestre; quantidade numérica sobre o total de 27
registros de preços médios computados em todas as regiões.
- preços médios dos mais vendidos sempre acima de 51% do total
vendido no trimestre; quantidade numérica sobre o total de 24
registros de preços médios computados em todas as regiões.
- preços médios das mais alugadas sempre acima de 51% do total
alugado no trimestre: quantidade numérica sobre o total de 29
registros de preços médios computados em todas as regiões.
- preços médios dos mais alugados sempre acima de 51% do total
alugado no trimestre; quantidade numérica sobre o total de 28
registros de preços médios computados em todas as regiões.