Aproximadamente 75% da venda de medicamentos no Brasil são de genéricos, segundo o Iqvia Brasil, líder global no uso de informação, tecnologia e análises avançadas. Além disso, 95% dos remédios de marca têm a mesma versão genérica. Neste sábado, 20 de maio, celebra-se o Dia Nacional do Medicamento Genérico. Foi a partir de 10 de fevereiro de 1999, que a Lei dos Medicamentos Genéricos entrou em vigor no País. Desde então, um marco histórico se estabeleceu na saúde pública e contribuiu para o desenvolvimento da indústria farmacêutica brasileira.
Em entrevista ao RDtv, Cristina Vidal, professora do curso de Farmácia da Universidade de São Caetano do Sul (USCS), explica que o custo elevado dos chamados remédios de marca é reflexo do investimento feito em pesquisas e tecnologias para o desenvolvimento do produto. Dessa forma, a população de baixa renda não consegue ter acesso em razão do preço.
A farmacêutica ressalta que o medicamento genérico deve conter a mesma composição molecular do remédio de marca. Um dos fatores que contribuem para o preço mais acessível do remédio genérico é a larga produção, além do fato de não ter investimento em pesquisa, como ocorre com os de marca. É que após expirar a patente de sua fórmula o medicamento passa a ser produzido em larga escala.
Embora ainda exista preconceito por parte da sociedade médica em relação aos genéricos, isso tem diminuído ao longo dos anos. Após a aprovação da Lei dos Genéricos, há 24 anos, os laboratórios passam por constantes fiscalizações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Apesar de ainda existir motivo, é uma desconfiança descabida”, afirma Cristina Vidal, ao citar ainda o caso de indústrias que fabricam os dois tipos do mesmo medicamento, de marca e genérico.
A legislação ainda prevê que os remedos genéricos sejam ao menos 35% mais baratos do que os de marca. “Mas hoje temos remédios que chegam a ser até 60% mais baratos”, revela. Cristina Vidal ressalta que todo medicamento deve ser consumido com responsabilidade. “Os remédios distribuídos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), por exemplo, são em sua maioria genéricos ou similares”, completa a farmacêutica.
Outro medicamento existente no mercado, mas pouco conhecido, é o remédio similar, que desde 2014 está assegurado pela Anvisa. O similar é aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária. Pode diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca.