Cerca de 15 mil pessoas marcaram presença neste fim de semana (6 e 7/5) no UP!ABC, realizado no campus Conceição da Universidade de São Caetano do Sul (USCS). Trata-se de um dos maiores festivais de cultura nerd do País, que reuniu, dentre diversas atrações, artistas independentes que buscam divulgar e vender suas obras, além de cosplayers e adeptos de games e cultura geek.
Os criadores ganharam, dentro um espaço especial com amontoados de mesas para expor e comercializar quadrinhos, desenhos, chaveiros, adesivos, broches e outros itens, à escolha do próprio artista. O local, chamado Artist’s Alley (beco dos artistas, em português), foi concorrido entre quadrinistas, ilustradores e artesãos. O interessado em expor precisa ser selecionado pelo evento para participar. Além disso, é cobrada uma taxa para o artista participante.
Um deles é Antônio Felix Júnior, 42 anos. Felix Jr. se define desenhista de super-heróis e ilustrador, arte que atua desde a infância. “Já fiz quadrinho para o mercado americano, já colaborei com o quadrinho do Escorpião Negro e um de uma pessoa chamada Coruja”, relata. O ilustrador expõe em diversos eventos desde o ano passado e contou que essa foi a primeira vez que comercializou suas artes em um evento no ABC. “Eu sempre quis participar, mas só tive coragem para ‘meter as caras’ no ano passado”, comenta.
Outra quadrinista no UP!ABC foi Paula Zanotelli, 31 anos, autora dos quadrinhos ‘Pula Pula’ e ‘Rosa do Deserto’. “Eu trabalho atualmente no mercado de jogos, apesar de fazer de tudo um pouquinho… ilustração, quadrinho e animação”, diz. Paula considera importante o público conhecer o trabalho de pequenos artistas brasileiros. “Comprem de gente daqui. Porque para lançar um quadrinho aqui, você tem de suar bastante, é um trabalho bastante árduo, bem duro mesmo”, explica.
Bruno Lavoisier, 28 anos, também é ilustrador e quadrinista independente. No festival, comentou que as portas começam a se abrir para os artistas pequenos. Lavosier cita o Catarse, que veio para potencializar financiamentos. “Meu quadrinho (Revolução Mërj) foi financiado pelo Catarse”, afirma.
Utilizado pelo artista, o Catarse é uma plataforma onde autores pedem uma determinada quantia para lançar obras. O público interessado doa dinheiro para ajudar o artista até bater a meta. “Tem muita obra legal por aí e quem não conhece é porque não procurou”, diz.
O festival trouxe a temática ‘Ilha do tesouro’ e realizou desfile e concurso de cosplay, além de shows nos dois dias do evento. Foram mais de 30 salas temáticas com game, exposição e atividades, feira nerd com produtos de anime, cosplay e colecionáveis. Além disso, contou com a presença dos dubladores Mari Evangelista e dublador Cassiano Ávila.