
A expectativa de vendas para o Dia das Mães no ABC deve ficar entre 6% e 12% segundo cálculos dos dirigentes das associações comerciais da região. Essa estimativa é bem conservadora e leva em consideração fatores políticos, como o novo governo, e fatores econômicos como os preços e o endividamento das famílias. Ainda assim as flores, os itens de vestuário e perfumes devem ser os mais vendidos, seguindo a tradição da data.
Para o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo), Valter Moura Júnior, o otimismo para o Dia das Mães está um pouco contido neste ano. Os preços, o nível de endividamento das pessoas e também por se tratar de um ano de mudanças, são fatores que vão influenciar o resultado das vendas. “Estamos em um ano de novo governo, de expectativas e de receios também. A Páscoa já não foi tão boa como era esperado. Mas ainda o Dia das Mães é a segunda melhor data do ano para o comércio e vamos esperar a última semana, entre o dia 7 e o dia 14 de maio, quando as vendas devem subir”, analisa.
A expectativa de Moura Júnior é de alta de vendas entre 6% e 8% sobre o resultado do ano passado. Essa esperança até um pouco tímida de crescimento se deve aos fatores econômicos. “As pessoas estão endividadas e o tíquete médio vai cair, ficando entre R$ 280 a R$ 320, nada muito acima disso, porque estamos vendo os preços como estão e visto também que o consumidor está mais esperto. Vai ser o Dia das Mães da pechincha, o consumidor vai pesquisar muito antes de comprar e nisso entram as vendas digitais como grandes concorrentes do comércio tradicional. Nós na Acisbec temos feito palestras e workshops para estimular os comerciantes a investirem na venda online também, mas há quem tenha muita resistência ainda. Isso só vai mudar com a necessidade, quando ele perceber que está perdendo vendas”, comenta o presidente da Acisbec.
Já o presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial e Agrícola de Mauá), José Eduardo Zago, foi mais otimista, apostando em vendas entre 8% e 12% maiores que no ano passado. Ele não arriscou um tíquete médio, mas acredita que os valores serão menores, mas as vendas serão em número maior. “O comércio de Mauá cresceu bastante; sei de alguns que fecharam, porém temos mais crescimento que a média do ABCDMRR. A minha expectativa é de uns 8% a 12% de crescimento nas vendas em relação ao ano de 2022”, estima o dirigente que acredita que os perfumes e os itens de vestuário devem ser os mais vendidos. “E ainda temos esperança que mesmo com presentes mais simples e baratos a tendência é que teremos crescimento e vamos bater recorde de vendas”, aposta Zago.
Para Zago, a variedade e preço do comércio de Mauá, farão com que o consumidor compre sem precisar buscar outros centros comerciais fora da cidade. “Mauá tem hoje preços compatíveis e abaixo do comércio da rua 25 de Março (na Capital), eu comprovei isso. Mauá é bom, bonito e barato”, completa.
O presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Pedro Cia Júnior, estima que as vendas devem ter um acréscimo sobre as do ano passado perto de 10%. “Estamos sempre otimistas, esperamos que cresçam as vendas e por isso estamos reforçando a campanha de valorização do comércio dos bairros, mas as vendas digitais devem continuar influenciando e sobre elas não temos um controle. Antes da pandemia os estudos mostravam que de 6% a 7% das vendas eram online, na pandemia esse patamar chegou a 19% e hoje retroagiu para algo entre 12% ou 13% e afeta diretamente a loja de rua. E as vendas pela internet têm preços menores e isso, aliado ao nível de endividamento das famílias que está muito alto, não temos como apostar em uma previsão melhor”.
Segundo Cia Júnior, a região tem mudado o seu perfil de industrial para a área de serviços e os salários são diretamente afetados o que implica também em mudança no consumo. “O emprego no setor de serviços paga 50% do que paga indústria, esses são os principais freios para o consumo. Por isso nós acreditamos que teremos um tíquete médio ainda menor do que o do ano passado. Podemos ter mais vendas, mas de valores menores”, finaliza.