Deputado estadual e ex-prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (Solidariedade) criticou o seu sucessor Marcelo Oliveira (PT) por não prosseguir com o objetivo de repassar ao Estado a gestão do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini. O parlamentar, que é nome praticamente certo para a eleição municipal de 2024 contra o próprio petista, assegurou que conversou com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre o tema.
Defensor ferrenho da estadualização do hospital, Atila avaliou que o equipamento sob o comando do governo paulista poderia ter uma estrutura ampliada no atendimento à população. “Quando ele (Marcelo) fala isso, é contra um hospital de atendimento a trauma com a ressonância magnética, é contra implementação do Hospital Dia (para procedimentos de pequena e média complexidade) e melhor atendimento à população”, disse.
O ex-prefeito assegurou que já houve conversas iniciais a respeito da gestão do Nardini. Até lá, o retorno da ajuda de custo operacional no equipamento se torna prioritário. “O governador Tarcísio me disse que mandaria um projeto de resolução à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) para fazer essa transferência flutuante de 5% de outras secretarias estaduais e mandar para Saúde ou Educação. Assim ganharia fôlego para no segundo semestre aumentar o repasse ao Nardini”, explicou.
Apesar das tratativas de estadualizar a administração do Nardini, uma vez que a estrutura atende à microrregião de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, é histórico nessa novela, o Estado estudar a possibilidade e depois descarta-la. Um exemplo foi na eleição para governador em 2018, quando o candidato vitorioso João Doria (sem partido) admitiu a possibilidade, para menos de um ano depois, o seu secretário da Saúde na ocasião, José Henrique Germann, dizer que “não havia orçamento para isso”.
Mesmo assim, Atila garantiu que seguirá lutando pelo fim desse imbróglio, que teve início em 1990, quando o ex-prefeito Amaury Fioravanti (1989 a 1992) decidiu levar a gestão do hospital para o município. Hoje, o custo que Mauá tem para manter o atendimento está em aproximadamente R$ 120 milhões anuais. A busca é que o Estado retome pelo menos os repasses de R$ 1 milhão mensais.
O governo Marcelo culpou Atila pelos fins dos aportes estaduais por não renovar o convênio, porém, o ex-prefeito negou a acusação. “Quando ele fala dos repasses, mente. Porque em primeiro lugar, o Estado estava com repasses atrasos com Mauá, e foi a nossa administração que entrou com processo pelo direito do pagamentos dos valores em débito. Após a nossa notificação, primeiro extrajudicial e depois judicial, que foram retomadas as transferências de R$ 3 milhões mensais”, citou.
Atila se refere ao ato realizado pelo ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que em 2022, retomou os aportes, daquela vez em R$ 3 milhões mensais, para ajudar na manutenção operacional no Nardini. No entanto, com a derrota tucana na corrida pelo governo paulista e a troca de chaves do Palácio dos Bandeirantes para Tarcísio, Mauá voltou a ver navios e obrigado a lidar sozinho com o hospital.