A Escola Estadual Professora Inah de Mello, que fica no Parque das Nações, em Santo André, é um prédio antigo e não oferece condições de acessibilidade para alunos com dificuldades de mobilidade. É o caso do estudante N.B.S., de 15 anos, que é cadeirante e é privado de fazer as aulas de educação física juntamente com os colegas de classe porque uma barreira composta por vários degraus o impede de acessar as duas quadras poliesportivas do colégio.
A mãe do estudante, Roseli Freire Buriti da Silva, conta que o filho gosta de esportes e até pratica basquete adaptado para cadeirantes. “Ele pratica no centro paralímpico, mas na escola ele não pode praticar nenhuma atividade por que as quadras estão inacessíveis a ele. A quadra descoberta tem 20 degraus abaixo do pátio e a quadra coberta tem outro lance de escadas, para ele não dá. Às vezes o professor vem e traz uma bola para ele brincar, mas o importante não é fazer a atividade isoladamente, ele tem que participar das aulas com os colegas”, ressalta a mãe.
O jovem é novo na escola, onde está matriculado no 1° ano do Ensino Médio. A mãe conta que onde ele estudava até o ano passado, não havia dificuldades e conta que o jovem se sente excluído. “Meu filho é ativo, adora esporte e na aula que ele mais poderia participar fica fora. Fica sozinho, sem ninguém para fazer atividades com ele. O mesmo acontece com as aulas de informática, cuja sala fica depois de uma escada. Já disseram que poderiam trazer um notebook para ele fazer as atividades, mas não é a mesma coisa de estar na sala com o professor e os colegas. Eu não critico a direção da escola, eu quero ajudar, sei que ele não é o primeiro cadeirante a estudar lá, hoje tem alunos deficientes visuais que sobem e descem escadas”, aponta.
Roseli já fez solicitações para a construção de rampas tanto na ouvidoria da Secretaria da Pessoa com Deficiência, como na ouvidoria da Secretaria de Educação e ainda não obteve resposta. Ao RD a pasta de Educação diz que enquanto não há obras que permitam a acessibilidade na escola os funcionários são orientados a auxiliar os estudantes a acessaram todos os espaços. “A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo tem concentrado esforços na constante adequações dos prédios escolares, de forma que todos os estudantes desfrutem de uma educação igualitária e inclusiva. Nesta unidade, os alunos da Educação Especial são atendidos nas salas no térreo. A gestão da unidade será orientada para que o aluno seja auxiliado para acessar todos os demais ambientes”. diz o posicionamento.