ABC - segunda-feira , 6 de maio de 2024

Assaltos amedrontam quem anda pelo entorno da avenida dos Estados e UFABC

Estudantes da UFABC se tornaram alvo dos criminosos (Foto: Reprodução/ Google Maps)

Estudantes da UFABC (Universidade Federal do ABC) e moradores do entorno da avenida dos Estados, em Santo André, têm enfrentado situações de medo, em razão  de assaltos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em dezembro de 2022, o 2º Distrito Policial de Santo André, responsável pela região da avenida, registrou 84 casos de roubo e, apenas no primeiro mês deste ano, foram mais 91 registros do crime. O comandante do 10° Batalhão da PM, o tenente coronel Paulo Sergio de Melo, diz que esses números correspondem a 15 bairros, não apenas do entorno da universidade, e diz que a região é provida de bom policiamento e que o delito mais comum tem sido o roubo de celulares por ladrões que usam motos.

Um morador da região, que preferiu não se identificar, relata que os assaltos aumentaram significativamente nos últimos meses e em razão da situação, as pessoas vivem com medo constante. “Em fevereiro desse ano, eu mesmo fui assaltado. Dois homens em uma moto me abordaram, pediram meu celular e ficaram me ameaçando enquanto eu pegava o aparelho. Sei que não sou o primeiro a sofrer com isso e, infelizmente, também não serei o último” conta.

Newsletter RD

Isabella Werneck, diretora do DCE (Diretório Central dos Estudantes) e estudante da UFABC, diz que apesar das constantes rondas da polícia na região, os alunos continuam a sentir falta de segurança, com casos frequentes de assaltos na região. “O poder público tem responsabilidade de zelar pela região, proporcionar melhor iluminação e trabalhar em colaboração com a comunidade, transformar o local em espaço mais utilizado e com uma função social mais ampla. Para isso, sugerimos medidas, como a criação de micro terminais de ônibus próximos à UFABC, a realização de feiras livres nas imediações da universidade, ou mesmo dentro dela, e a promoção de eventos, como feiras artesanais e food trucks, que estimulem a circulação de pessoas”, comenta a estudante.

Isabella acredita que a solução para o problema não se resume à ação policial, que muitas vezes apenas desloca a violência para outro local. “É necessário um esforço conjunto da sociedade e as rondas da segurança pública representam apenas o primeiro passo de uma série de medidas que precisam ser tomadas, tais como investir em políticas sociais que combatam a desigualdade e a exclusão social, como a melhoria da educação, da saúde, da habitação e do emprego. Também é fundamental incentivar a participação cidadã, dar voz à comunidade para que possa contribuir com ideias e soluções para a região”, complementa.

Questionada, a Prefeitura de Santo André esclarece que, por se tratar de via arterial, com fluxo majoritariamente composto por veículos, a modalidade mais eficiente é o patrulhamento com viaturas pequenas e motocicletas.

Na região, a GCM desencadeia a Operação Ponto Seguro, que visa prioritariamente pedestres, onde as viaturas patrulham as áreas de embarque e desembarque do coletivos, por meio de um mapeamento das linhas de ônibus. A administração afirma ainda que em 2022 foram 18 operações policiais realizadas, 27 abordagens, 18 averiguações de ocorrências e uma prisão por furto e, em 2023, de 1º de janeiro a 6 de março, foram realizadas 17 operações policiais, com duas abordagens e uma averiguação de ocorrência.

O tenente coronel Melo disse que o entorno da UFABC é uma zona de interesse de segurança pública dado o grande número de pessoas que trafega pelo local. O comandante diz que o entorno conta com dois pontos fixos de parada de viatura tanto da Polícia Militar quanto da Guarda Civil Municipal. “Quanto ao policiamento eu diria que é até um local privilegiado, porque há uma prioridade de policiamento tanto da ronda escolar quanto do policiamento com motos. O problema é que a viatura pode estar parada na porta da universidade e ocorrer um roubo três quadras adiante, porque a universidade é muito grande e não há como ter uma viatura em cada esquina”, explica.

Além dos policiais e guardas civis o entorno é provido por câmeras cujo monitoramento é feito pelo COI (Centro de Operações Integrada) onde atuam policiais militares junto aos guardas civis. “O problema é que os bandidos não se intimidam mais com as câmeras, eles passam de moto, ameaçam a vítima com uma arma, que pode até ser de brinquedo, e tomam o celular. Por isso a nossa recomendação é não ostentar objetos de valor se não for necessário e, se for vítima de um roubo acionar a Polícia Militar o mais rápido possível através do 190 e passar o máximo de informações possível sobre as características dos bandidos, como cor da moto, roupas que usam ou cor do capacete. Isso é imediatamente passado via rádio para todas as viaturas. Então os policiais que estão a algumas quadras do local podem fazer o cerco e tentar pegar esses bandidos”, explica o oficial da PM, que ressalta que os números oficiais, com os quais a polícia trabalha, não mostram aquela região com percentual maior ou menor de roubos.

 

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes