A Universidade Metodista de São Paulo faz parte do grupo que vai elaborar o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, oficializado dia 28 de fevereiro pelo governo federal. Os pesquisadores, multidisciplinares, terão 10 meses para entregar 11 produtos, com o objetivo de fortalecer a política nacional de proteção para diminuição e gestão de riscos e desastres no Brasil. A equipe do ABC atuará na elaboração de comunicação de riscos, com a proposta de sensibilizar todos os atores sociais envolvidos direta ou indiretamente com o tema.
A universidade aproveita a expertise dos seus cursos de Comunicação e da Cátedra Unesco-Umesp de Comunicação para o Desenvolvimento Regional.
Com isso, 10 pesquisadores da Metodista irão desenvolver ações de intervenção de mídia com a finalidade de reverter uma cultura existente em nosso País. “Temos a missão e o compromisso de garantir a transparência na elaboração do plano. E, sobretudo, reverter a cultura do desastre pela cultura da prevenção”, afirma Cilene Victor, pesquisadora e professora da pós-graduação em Comunicação da Metodista.
Mais outras três instituições integram a equipe técnica que vai estruturar o plano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). “Isso mostra que é possível e urgente o diálogo entre instituições de ensino e pesquisa para ajudar o País enfrentar os impactos das mudanças climáticas”, diz Cilene, que coordena o grupo de Comunicação do plano.
A iniciativa é do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e tem parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), tudo sob supervisão da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), autarquia do MIDR.
O primeiro produto será entregue 30 dias após a assinatura do termo, pela equipe da Metodista. O plano de trabalho terá como base cinco eixos de atuação da Defesa Civil, a preparação aos desastres, prevenção, mitigação, resposta e a reconstrução. “Além de garantir o diálogo entre os diversos atores sociais, a comunicação busca reduzir a propagação de rumores, fake news e desinformação que amplificam socialmente os impactos dos desastres climáticos”, diz.
Segundo Cilene, é no momento em que não se fala mais sobre desastres que nós temos de falar. No caso específico do desastre ocorrido no litoral norte de São Paulo, durante o Carnaval, a pesquisadora explica que um alerta emitido com dois dias de antecedência não seria capaz de mudar drasticamente o cenário. “O alerta é fundamental, mas é preciso reduzir as chances desse risco se tornar uma tragédia”, enfatiza Cilene, especialista em jornalismo humanitário, sobretudo ligado a catástrofes não apenas climáticos.