Um sobrado situado na rua General Flores, na Vila Humaitá, em Santo André, foi invadido por caramujos, há cerca de 15 dias. Segundo a reclamante, que preferiu não se identificar, o problema é antigo e, mesmo com o serviço de dedetização, não conseguiu afastar os moluscos que se espalham entre a piscina e o teto de madeira da casa. Ao RD, ela conta que precisou mudar a rotina e até de receber visitas por conta da infestação.
Segundo a moradora, os caramujos se instalaram na casa e desde então não houve mais sossego. “Já mandei dedetizar a casa, mas não resolveu. O dedetizador acaba matando outros bichos como baratas, por exemplo, mas o caramujo não morre e nem some”, conta.
A moradora relata que desconhecia a espécie do caramujo e que o bichinho causou uma série de mudanças na sua residência “Desconhecia a espécie e fiquei com medo de dar uma doença na minha família, principalmente na minha filha. Mudei a rotina de casa, meus parentes deixaram de frequentar a casa e até de usar a piscina aos finais de semana”, explica.
Ela ainda enfatiza que não é a primeira vez que é prejudicada por causa de bichos, e que precisou colocar até proteção na residência. “Já sofria por causa de pomba e agora caramujo. Quando coloco o pé no piso, acabo pisando nos moluscos e eles tem a casaca grossa, é nojento e gosmento, porque aquilo escorrega”, explicita ao citar que chegou a colocar vedação nas portas e janelas da cozinha, a fim de contornar o problema. “Fiquei com medo que eles entrassem em casa”, afirma.
Cuidados com o Caramujo
A bióloga, ambientalista e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Marta Angela Marcondes, afirma que não é recomendável exterminar os caramujos, porque isso mexe na cadeira alimentar. “Muitos são inofensivos e, ao matar, a gente quebra um ciclo”, explica. Segundo a bióloga, os caramujos comem outros animais e plantas e também servem de comida para aves. “Existem alguns repelentes para afastar eles, porém ainda sim prejudica o processo, uma vez que vamos ocasionar um desequilíbrio dos processos dos ecossistemas”, explica.
A bióloga reitera que é normal a proliferação dos moluscos. “Se alguém mora em um local com jardim, piscina e que chove muito, é normal eles aparecerem, é um ciclo natural da natureza”, afirma.
Em nota a Prefeitura de Santo André informa que não tem conhecimento sobre o caso e que não recebeu nenhum pedido nos canais de atendimento até o momento. A orientação é que os munícipes não manipulem o caracol com as mãos desprotegidas e, se houver a necessidade, lavar com água e sabão as mãos ou partes do corpo se tiver contato com o muco do caracol. É importante também evitar consumir alimentos onde o caracol teve contato.
A administração municipal diz, ainda, que caso ocorra infestação em local público, é necessário realizar aplicação de molusquicida e após avaliação, caso o local seja privado, o proprietário é notificado a realizar o controle de pragas.