Homenagens em trono, nomes de ruas e estádios confirmam a eternidade do Rei Pelé

Cabo Verde foi o primeiro país a aderir ao tributo póstumo (Foto: Banco de Dados)

No início de janeiro, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, pediu a todos os países-membros da entidade que batizassem pelo menos um estádio em cada país com o nome de Pelé. Passado um mês da morte do Rei do Futebol, poucas nações o atenderam.

Cabo Verde foi o primeiro país a aderir ao tributo póstumo, ao informar em 4 de janeiro a intenção de alterar o nome do estádio Nacional, localizado em Praia, capital do país africano, para estádio Pelé.

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“Pelé foi e será sempre uma referência no Brasil, na nossa lusofonia e em todo resto do mundo, sendo um ídolo que liga várias gerações”, disse na ocasião do anúncio o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva.

Um dia depois, Guiné-Bissau, mais uma nação africana lusófona, fez o mesmo ao anunciar que Pelé também terá seu nome eternizado no estádio da Rocha, localizado em Bafatá e utilizado pelo Sporting Clube de Bafatá.

A Colômbia, por ora, foi o único país sul-americano a dar a um de seus estádios o nome de Pelé. O tributo aconteceu na cidade de Villavicencio. O estádio Bello Horizonte passou a se chamar estádio Bello Horizonte Rey Pelé. A instalação é casa do Llaneros, equipe da segunda divisão colombiana, e tem capacidade para 15 mil torcedores.

A reverência mais expressiva se deu no México. No último dia 10, o Pachuca inaugurou um trono em alusão ao Rei do Futebol no estádio Hidalgo. O trono está localizado logo abaixo do camarote, na tribuna de honra do estádio, onde os membros da Fifa são recepcionados, se assemelha aos utilizados por membros da realeza e conta com a assinatura de Pelé em sua estrutura.

“Em cada canto de nossa instituição, você deixou sua luz e sua magia para sempre”, enalteceu o Pachuca, em vídeo em que venera e agradece Pelé. “Aqui viverá para sempre.”

Em Zurique, o campo principal da sede da Fifa na Suíça também passou por mudança. Agora é estádio Pelé-Fifa.

Em centenas de estádios ao redor do mundo, a bola só rolou depois que um minuto de silêncio foi respeitado como forma de tributo a Pelé. Isso foi também uma recomendação da Fifa. No Parque dos Príncipes, Neymar usou uma camiseta em homenagem a Pelé, com o rosto dele e a frase “Eterno Rei”. Messi e os jogadores do time também vestiram a camisa ao entrar em campo para o aquecimento.

Bruno Guimarães foi além. O meio-campista entrou em campo no duelo entre seu time, o Newcastle, contra o Leeds, pelo Campeonato Inglês, com a camisa da seleção brasileira estampando o nome e a assinatura de Pelé. Junto com os demais jogadores, aplaudiu o eterno camisa 10 e respeitou um minuto de silêncio. Entre outros, Antony também usou uma camiseta com mensagem para Pelé, e o goleiro Alisson colocou um buquê de flores no centro do gramado do Anfield como tributo.

No Rio de Janeiro, a prefeitura alterou no dia 4 o nome de um trecho da Radial Oeste, via que passa em frente ao Maracanã, para Avenida Pelé. A placa com o novo nome do trecho foi colocada em frente a um dos acessos ao Maracanã.

Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes prometeu construir um ginásio esportivo que terá o nome de Rei Pelé. O ginásio deverá ter capacidade para 12 mil pessoas.

Nunes também falou em alterar o nome do Bolsa Atleta, que passará a se chamar Bolsa Atleta Pelé. O programa é um auxílio financeiro da Prefeitura destinado a atletas de alto rendimento de 14 a 21 anos. No velório, o prefeito disse que iria ampliar o Bolsa Atleta Pelé para 5 mil crianças da capital paulista, mas não explicou como isso seria feito. A reportagem questionou a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, mas não obteve resposta.

“A gente vai usar a inspiração do Pelé para essa garotada. Quando você põe um sonho, vindo da periferia, você pode correr atrás do seu sonho, e aqueles que têm habilidade possam desenvolver essa habilidade no esporte”, disse o prefeito em reportagem.

Claudio Cosme Pereira de Souza, prefeito de Três Corações, cidade onde nasceu Pelé, havia prometido a construção de mais um monumento em homenagem ao mais famoso cidadão do município. Ele não quis dar detalhes, mas avisou que a obra foi projetada por Oscar Niemeyer. Na cidade, já existem o Museu Pelé, a Casa Pelé e uma estátua.

VILA, CASA ETERNA
Na Vila Belmiro, o Santos fez uma bonita homenagem ao seu ídolo na estreia no Paulistão. Uma coroa foi colocada no centro do gramado enquanto a assinatura do Rei do Futebol e imagens do craque eram projetadas no campo.

Também foram soltos 1.283 balões, em alusão ao número de gols do camisa 10. Aquela partida, contra o Mirassol, foi a primeira em que o time usou uniforme especial, com a coroa gravada no escudo.

Os jogadores do Santos mudaram sua numeração para lembrar o 10 de Pelé. Todos os números estampados nas costas dos atletas compuseram uma conta que o resultado era 10. Marcos Leonardo, por exemplo, foi o 9+1.

Em meio a um show de luzes na Vila, o Santos levou a campo ídolos eternos e companheiros de Pelé. Eles carregaram uma coroa até um trono, como se entregassem ao Rei. Nas arquibancadas, os torcedores usavam celulares para iluminar o campo.

Andrés Rueda, presidente do clube, também cogitou aposentar a camisa 10 do ídolo, mas desistiu, respeitando um desejo do próprio jogador. “É melhor deixar o número 10 (para ser usado) porque assim o pessoal nunca vai esquecer”, havia dito Pelé, em 2017.

MAUSOLÉU CONTINUA FECHADO
Pelé descansa em um jazigo personalizado colocado em um mausoléu de 200 metros quadrados construído para ele no primeiro andar do Memorial Necrópole Ecumênica. Na entrada da sala, existem duas estátuas douradas em tamanho real do Rei. No teto, há uma reprodução de pintura de céu. As paredes são decoradas com imagens históricas de Pelé. O piso é revestido de grama sintética.

A ideia da administração do cemitério é abrir esse mausoléu para visitação de turistas e fãs. No entanto, um mês depois da morte do Rei, o espaço continua fechado ao público. Em reportagem, a administração do local afirmou que ainda não há previsão para abertura.

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