Comerciantes que atuam no segmento de material escolar afirmam que a inflação provocou aumento em alguns produtos da lista, agora até 70% mais caros, como caderno de 100 folhas. Mesmo assim existe expectativa dos lojistas de crescimento de 7% das vendas neste ano em razão das listas estarem mais cheias.
Ricardo Nakazato, sócio-proprietário da Papelaria Prestes Maia, em São Bernardo, diz que o crescimento está atrelado ao fim das restrições sanitárias da covid-19 e também pelo fato de as escolas voltarem com as listas de material escolar integrais. “Em 2021, muitos itens foram dispensáveis”, explica o lojista.
Edvaldo Anselmo, proprietário da papelaria Kriativa, em Santo André, segue a mesma linha de pensamento sobre as perspectivas de vendas. “Haverá uma procura maior, já que não temos mais restrição, além disso, no ano anterior as escolas apresentaram uma lista menor e os pais reaproveitaram muitas coisas”, comenta.
Os comerciantes relatam que todos os produtos da lista de material escolar sofreram com o aumento da inflação. Contam que os fabricantes aplicaram média de reajustes de preços entre 10% e 40%.
Entre os itens que mais sofreram com a inflação estão os cadernos de 100 folhas. O mais barato, no início do ano passado, custava R$ 6,50, atualmente o mesmo produto é encontrado por R$ 11, um aumento de 69%. Canetinhas, lápis de cor e outros itens com grande concentração de química sofreram reajuste de 40%, segundo os comerciantes.
Em razão do aumento de preços, os lojistas têm registrado bastante a substituição, pelos pais, de produtos de marcas mais caras por outras com preços mais acessíveis.
Dicas do Procon-SP
A Fundação Procon-SP orienta os consumidores sempre pesquisarem preços nos mais variados estabelecimentos comerciais. De acordo com o órgão, a diferença para o mesmo produto pode ser grande e fazer a diferença no bolso.
Além da pesquisa, pagar à vista, sempre que possível, é mais vantajoso, porque dá margem para solicitar desconto ao lojsta. Vale destacar que o comerciante está assegurado por lei a promover a diferenciação de preço para pagamentos em dinheiro ou cartão, porém a informação deve ser clara e objetiva para o consumidor.
André Rodrigues, pai de uma estudante do 2º ano do ensino fundamental, em Santo André, conta que a lista de material deste ano ficou mais salgada. “Gastei R$ 150 a mais se comparado com o ano passado, uma diferença de mais de 35%”, calcula.