
Ressaltando seu compromisso com a cultura de paz, inclusão social, além de respeito e tolerância religiosa, Diadema reformou e reabriu, na última quarta-feira (14/12), o “Espaço Ilê de Omolu e Iansã”, junto ao Cemitério Municipal. Com 36 anos de existência, o local é patrimônio cultural do município, desde 2018.
O “Ilê”, como é popularmente chamado, serve à prática de cultos e oferendas religiosas de praticantes da Umbanda, Candomblé e outras crenças de matrizes afro-brasileiras. Embora construído no Cemitério, o Espaço Afro tem acesso lateral próprio e independente pela rua Odete Amaral de Oliveira (defronte nº 255), no Parque Real, região central.
Com a revitalização do “Ilê de Omolu e Iansã” a Prefeitura reforça a política de promoção da igualdade racial e visa contribuir para a preservação e valorização das manifestações culturais e religiosas étnico-raciais.
Inauguração
Com muita fé, hinos, cantos, orações, incensos e perfumes, a celebração de reabertura do Espaço Ilê de Omolu e Iansã foi conduzida pelo prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, e membros da FUCABRAD – Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiro de Diadema.
O prefeito Filippi disse que se sentia honrado de colaborar na melhoria daquele importante patrimônio cultural e religioso. Ele ainda prometeu que a Prefeitura poderá fazer outras benfeitorias no local.
“É necessário que um prefeito tenha respeito por todas as religiões. Nosso governo é defensor da democracia e liberdade religiosa, que são valores a serem reafirmados no país. Este é um evento simbólico que sinaliza uma cidade mais feliz, com mais direitos e mais avanços”, discursou Filippi.
Já para a FUCABRAD – Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros de Diadema, a reabertura do Ilê é um ato histórico que remete à construção dele em 1986. À época, uma obra inédita e inovadora do então prefeito petista Gilson Menezes. A entidade ressalta que era um espaço pioneiro criado para servir o povo da Umbanda e outros cultos afros, pois não havia locais apropriados e reservados aos adeptos daquele segmento religioso.
“Foi muito absurdo a gestão passada ter abandonado e fechado nosso Ilê, que é um local sagrado de boas lembranças e que simboliza o respeito à nossa ancestralidade”, afirmou o presidente da FUCABRAD, Cássio Lopes Ribeiro, que foi o responsável por batizar o espaço com o nome de “Ilê de Omolu e Iansã”, em homenagens aos orixás.
O vereador e presidente da Câmara Municipal, Josa Queiroz, que também é praticante de religião afro, agradeceu à Prefeitura por devolver o ilê reformado ao povo do axé. “Esse local é tão importante pra nossa gente que convidamos muitas pessoas para essa festa de inauguração e reafirmamos nossa discordância com a gestão passada que abandonou o ilê e impediu que fosse utilizado por nós. Nunca pedimos à Prefeitura, luxo e sofisticação, apenas respeito e dignidade e igualdade”, afirmou Josa.
Também prestigiaram o evento a vice prefeita Patty Ferreira e os secretários municipais Wagner Feitoza (Meio Ambiente e Serviços Urbanos), Neuceli Bonafé (adjunta de Obras), Fátima Queiroz (Planejamento e Gestão), Silas Aguiar (Comunicação), além de Márcia Damaceno (Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – CREPPIR) e Robson de Carvalho (Coordenadoria de Políticas de Cidadania e Diversidades). Outro convidado para a inauguração foi Gilsinho (filho do ex-prefeito Gilson Menezes, criador do “Ilê”).
Licitação
Na revitalização foram investidos R$ 284.763,80. A obra foi acompanhada pelas secretarias municipais de Obras, que projetou e fiscalizou a execução dos serviços, e a de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, responsável pelo Complexo Cemiterial (Funerária, IML e Cemitério) de acordo com o Contrato nº 045/2022 e o Processo PEC Obras nº 350/2021.
A empresa contratada por licitação foi “Souza Azevedo Comércio e Serviços” e a responsabilidade técnica coube ao engenheiro Thomas Camargo Miguel. O obra foi realizada em seis meses.