A festa Noite da Primavera, realizada no dia 26 de novembro, um sábado, causou revolta para os moradores no entorno do Clube Atlético Aramaçan, em Santo André. Os relatos são de que passava das 4h da manhã e som no clube era ensurdecedor e não deixou ninguém dormir. Reclamam que a Prefeitura e a Polícia Militar foram acionadas, mas não apareceram para resolver o problema.
Nilza Belchior, 56, moradora das proximidades, conta que telefonou para a Polícia Militar, e ficou por 20 minutos na linha e não foi atendida. “O barulho foi até mais de 4h da manhã, causou muito transtorno e não consegui dormir até acabar a festa”, relata ao comentar que os piores dias são quando o Aramaçan realiza festa na piscina.
Sarah Geci, 41, professora do ensino fundamental II e moradora da Vila Pires, e reclama que o som parecia estar dentro de casa. “Eu moro do lado do Aramaçan, o barulho foi até as 4h da manhã, a gente já sabia até quais eram as músicas, meu filho acordava toda hora, ele é pequeno, tem 3 anos, foi uma noite bem difícil de lidar, não conseguíamos dormir, a festa foi em uma área externa, era possível ouvir tudo, e só conseguimos pegar no sono quando a festa acabou”, afirma.
Moradora há um ano naquela região, Sarah conta que nunca tinha ocorrido som tão alto vindo do Aramaçan. “Estava um absurdo, incomodou demais, esse show foi o primeiro que extrapolou o barulho tolerável e o limite que aguentamos. “Eu não queria que isso se repetisse, se acontecer sempre esse barulho, virar rotina, vamos ter de ir atrás dos proprietários do clube para encerrar isso”, diz.
Priscila Rodrigues Serena, 33 anos e designer, também não conseguiu dormir por causa do barulho da festa. “Eu liguei duas vezes para a Polícia Militar, a primeira era quase 3h, liguei de novo por volta de quase 4h, porque o barulho continuava insuportável, ninguém aqui dormiu, foi desagradável, era muito alto, insuportável, um absurdo, e acabou muito tarde, nunca ouvimos nada assim aqui”, diz a moradora que reside a 500 metros do clube.
Resposta do clube
Em nota o Aramaçan responde que teve conhecimento das reclamações por perturbação sonora, e que durante todo a festa realizou monitoramento do som e nos momentos que ultrapassava o limite permitido solicitou redução. Diz que continuará com monitoramento do som durante os eventos para que não ultrapasse o máximo permitido pela Norma Brasileira (NBR) 10151:2019, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o qual estabelece que a emissão de ruídos em zonas residenciais não deve ultrapassar os 55 decibéis no período diurno (entre 7h e 20h) e 50 decibéis no período noturno (das 20h às 7h).
Semasa recomenda fazer queixa no site
O Semasa informa que vai monitorar o clube pelos próximos meses. Ressalta que é importante que a população registre a reclamação no site da autarquia no momento em que o problema ocorrer. Dessa forma, a equipe de Fiscalização Ambiental tem a possibilidade de vistoriar o local ou programar outras ações, como a própria monitoria. Diz que o Semasa fiscaliza a emissão de ruído proveniente de estabelecimentos comerciais, industriais, obras, templos religiosos e escolas de samba. A equipe trabalha sob demanda, de acordo com as ordens de serviço registradas nos canais de atendimento do Semasa. Também diz que a responsabilidade da festa é do próprio clube, uma vez que a festa ocorreu dentro da propriedade
O RD entrou em contato com a Polícia Militar, mas não respondeu.
Abaixo um vídeo enviado por morador que registrou o barulho no Aramaçan: