Candidatos ao Enem no Rio se queixam de dificuldades do estudo on-line

Pandemia atrapalhou estudantes, principalmente pela falta de professores para tirar dúvidas (Foto: Freepik)

O primeiro candidato a chegar ao campus da Universidade Estadual do Rio De Janeiro (Uerj) para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na manhã deste domingo (13/11), foi Ruan Freitas, de 19 anos, que levou 9 minutos de Benfica ao bairro do Maracanã, onde fica a universidade.

Aluno do terceiro ano da escola Monteiro Clovis, Ruan tenta o Enem pela primeira vez. Cursar engenharia mecânica é seu objetivo do estudante, que trabalha como consultor financeiro numa firma do ramo. Mas a faculdade ainda não está escolhida.

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Para tirar uma boa nota, sua estratégia é simples: colocar em prática todos os estudos.

“A pandemia atrapalhou muito. Tinha matéria que ficava meio perdida, é muito ruim quando não tem um professor para você poder perguntar”, comentou disse o jovem, que se sente mais confortável em matemática do que em português.

Na entrada ainda deserta da Uerj, Ruan comprou uma caneta e um lanche e comentou: “Não esqueci da máscara, que é obrigatória”.

Andar com fé

“Amor, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”, diz o versículo (Corintios 13:4-7) na camiseta da sorte da carioca Clarice Geane da Silva dos Santos, 18 anos. Ela se declarava tranquila ao chegar à Uerj.

“Eu não conseguia aprender nada. Foi muito difícil”, contou a estudante sobre os meses de aulas remotas, durante a pandemia de Covid-19. Aluna da escola estadual José Accioly, em Marechal Hermes (zona norte), ela sentiu falta da interação com os professores e os colegas.

“Não dava para tirar dúvidas”, lamentou.

Para compensar, ela buscou estudar mais nos últimos meses. Porém, o tempo foi escasso: além das aulas regulares, a estudante frequenta o curso técnico de formação de professores, no mesmo colégio.

Fã de língua portuguesa, ela reconhece que precisa redobrar os esforços no campo das exatas.

“Vou começar a prova pelas áreas que tenho mais facilidade”, contou.

Pedagogia é a área desejada por Clarice. “Já estou nesta área, com a formação de professores. Porém, como é um curso técnico, não permite que sejam professora de fato, só auxiliar. Com a faculdade, vou mais longe.”

Reforço aos sábados

As aulas de cursinho preparatório, assistidas todos os sábados desde agosto, foram a arma do estudante Leandro Simões, de 18 anos, para tentar turbinar o seu desempenho no Enem.

Aluno do Colégio Estadual Chico Anysio, no Andaraí (zona norte), ele faz curso técnico de administração e tem facilidade com matemática. Mas a língua portuguesa não é o seu forte, contou, ansioso diante do exame de redação.

“Vou começar por ela”, afirmou.

Leandro já fez um curso de programação e não tem dúvida do curso na faculdade que deseja: Ciências da Computação.

“É a área que está mais em alta”, disse.

Na pandemia, o estudante conseguiu se adaptar às aulas remotas e espera que isso também conte a favor do resultado no exame deste domingo.

“Eu sou assim: olho o quadro uma vez. Se eu entender na hora, aquilo volta à mente quando leio a questão”.

Mestre YouTube

Aulas e dicas no Youtube foram os recursos de Layse Martins, de 19 anos, para reforçar os conteúdos e o treino de redação por meio da plataforma.

Outro mecanismo importante, disse, são os simulados. Layze conta que faz provas do gênero desde o quinto ano, o que garante certa tranquilidade sobre o que esperar da prova do Enem.

A facilidade com os meios eletrônicos também facilitou a vida da estudante durante a pandemia.

“Não foi tão difícil seguir as aulas on-line”, avaliou.

A estudante tem filosofia e sociologia como disciplinas prediletas. Mas, na faculdade, quer fazer enfermagem ou medicina, na escola da Uerj ou na Estácio de Sá da Ilha do Governador (zona norte).

Layse contou que é estudiosa e já faz curso técnico de enfermagem no colégio Celc, em Bonsucesso, na zona norte.

Atrasado

Atrasado: Gabriel Viveiros, de 18 anos, já estava no campus da Uerj para o Enem quando recebeu o telefonema de uma amiga, que estava em outro local. Alarmada, a colega contou que tinha esquecido o documento de identidade em casa e o pai estava “salvando o dia”.

Foi assim que Gabriel se deu conta de que cometera o mesmo engano. Não tinha levado um documento. Morador do Grajaú também na zona norte do Rio, disparou em direção à casa, não sem antes de se apresentar para o youTuber Rafael Defante, que chegava ao local para fazer uma cena de humor sobre retardatários.

Foram 15 minutos num carro de aplicativo. E, ao chegar em casa, Gabriel não conseguiu encontrar o documento de identidade. Apelou, então, para o passaporte. Chamou outro carro de aplicativo para voltar a Uerj. Ao chegar, os portões tinham acabado de fechar. Chegou quando os portões tinham acabado de fechar.

O jovem, que pretende cursar administração, fez Enem como treineiro no ano passado.

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