Apesar da proximidade, aos poucos a Copa do Mundo entra no dia a dia de todos. Lojistas estão animados com a data para garantir vendas de bandeiras, camisetas, bolas, adesivos e outros produtos. Enquanto isso, consumidores se preparam para entrar no clima da maior disputa do futebol.
Sonia Centurion, 60, proprietária da Papelaria Sonia, em São Bernardo, relata que as vendas deste ano ainda não mudaram em relação aos outros anos de Copa e que poderia ser melhor. “A expectativa é boa, eu vendo praticamente a mesma coisa das copas passadas, não mudou muita coisa, porém poderia ser melhor, não fosse a mudança da data dos jogos e o comércio precisasse fechar no horário do jogo”, comenta.
A comerciante Antonia Batista, 52, também de São Bernardo, conta que as vendas estão fracas, mas acredita que o cenário vai melhorar com o início dos jogos. “Na Copa passada eu vendi muito mais, 90% melhor que essa, a crise, as alterações nas datas dos jogos, o pessoal tem outros propósitos, e as pessoas estão sem dinheiro, e querem quitar as dívidas neste final de ano. As vendas maiores acho que vão acontecer quando os jogos começarem”, diz.
Na loja de Antonia as camisetas são os itens mais procurados. “Acho que pode melhorar uns 50%. Essa é a minha expectativa para as vendas deste ano, porque nas outras copas vendi mais, mas esse ano as pessoas seguraram muito o dinheiro por conta dos fatores, como crise e pandemia, mas acho que vai melhorar sim”, afirma.
Eleições
Juliana Biondi, 38, de São Bernardo, explica que as eleições fizeram a família adiar a decoração da Copa em casa para não confundir com política. “Deixamos para enfeitar a casa após as eleições justamente porque o povo poderia achar que era campanha política, mas agora, passadas as eleições, creio que não vai influenciar, porque independente do voto e do partido a nossa bandeira é nacional, e continua sendo a mesma”, comenta.
Juliana ressalta que o futebol representa muito para o Brasil. “Compramos bandeirinhas e cortinas verde e amarela pretendemos pintar a nossa guia da calçada de verde e amarelo e colocar a bandeira na janela. O futebol sempre foi uma paixão nacional e Copa do Mundo sempre tem aquele friozinho na barriga”, afirma.
Já para Renan Queiroz, 35, de São Bernardo, a Copa do Mundo, deveria ser um evento para comemorar e não misturar a bandeira com partidos políticos e ideologias. “Eu acho que tudo acabou se misturando, porque o evento ficou para o segundo semestre, mas eu faço as coisas sem pensar nisso, senão você não vive, e a gente não tem de pensar no que a outra pessoa vai julgar, definir o caráter de ninguém, se ela é bolsonarista, lulista, se ela gosta da igreja católica ou em outra religião”, enfatiza
Queiroz comenta que está animado. “Eu gosto bastante da Copa do Mundo, é um período festivo, que reúne os melhores jogadores de cada seleção, então isso me empolga, em casa vou colocar apenas algumas bandeiras” completa.
A síndica Jaqueline Nogueira, 50, em São Caetano, diz que no condomínio a decoração da Copa vai ser decidida em uma assembleia, e a aderência das bandeiras nas varanda depende da votação. Jaqueline não vê risco de violência por causa da política e os símbolos nacionais. “Vão ter regras, decididas por assembleia, se todos vão colocar o mesmo tipo de bandeira, a posição e os lados da sacada, e se vai ser apenas a bandeira do Brasil ou não”, avisa.