
A Ceasa do ABC que conta com cerca de 80 empreendedores que vendem de frutas, legumes a hortaliças, não teve problemas de abastecimento por conta das manifestações que chegaram a parar rodovias por todo o país. Houve algum atraso nas entregas, mas a situação atual é considerada normal. As manifestações tiveram início na madrugada de segunda-feira (31/10), após a proclamação do resultado das eleições que colocou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vencedor.
Segundo o presidente da Aeceasa (Associação das Empresas da Ceasa do Grande ABC), João Lima não há registro de falta de produtos. “Houve sim algum atraso, eu mesmo tive um caminhão de frutas que ficou três dias parado na estrada, mas por conta da temperatura, a carga chegou em perfeitas condições. Não podemos falar em desabastecimento, apenas em atraso”, explica.
“Os caminhões que transportavam as folhas, por exemplo, não ficaram parados, eles passaram direto nas manifestações, então não faltou produto, nem há motivos para que os preços subam além do normal”, explica Lima. O presidente da Aeceasa disse que há situações em que os preços sobem por conta da escassez, mas isso nada tem a ver com as manifestações. “Temos muita influência das chuvas o que não é bom para as verduras. Tem também os produtos da entressafra que sobem nessa época como, por exemplo, o limão e o mamão formosa. Se não é época do produto fica mais escasso e nosso mercado é de oferta e procura, então faltou, o preço sobe”, explica. Segundo Lima, esse é o caso de produtos como o tomate, a cebola e a batata, que chegaram, na última semana, a custar mais de R$ 8 o quilo.
O recebimento de mercadorias na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) onde funciona a Ceasa do ABC, funciona ininterruptamente, portanto, assim que os caminhões foram liberados, o abastecimento começou a se regularizar. Os únicos produtos com alguma escassez na Ceasa são a cenoura e o chuchu. Novamente a justificativa é mais pela entressafra do que pela dificuldade de logística. “Nosso horário de funcionamento para o público, das 22h às 12h já é bem prolongado e para recebimento dos caminhões e descarga o funcionamento é 24 horas, por isso essa é consideramos que a situação hoje é normal”, conclui o presidente da Aeceasa.