A Governança Corporativa é o sistema que dirige e controla uma companhia. Mas, diferente do que muitos pensam ela pode ser aplicada a todo tipo de empresa. Em entrevista ao RDtv, José Turíbio de Oliveira, professor e gestor dos cursos de Administração, Comércio Exterior e Tecnológicos da USCS (Universidade de São Caetano), explica como funciona o processo da governança corporativa e como ela pode ser aplicável nos negócios.
Segundo o gestor de Administração, nos últimos anos, notadamente, tem surgido um conceito importante na área empresarial: o Scaleup (escala de crescimento empresarial). “Este conceito representa empresas que crescem cerca de 20% ao ano e que possuem mais de dez funcionários, ou seja, representa pequenas empresas”, explica.
Essas empresas, de pequeno a médio porte, que apresentam crescimento constante vão precisar de um controle melhor de seus sistemas de gestão, e por isso, a importância do investimento em governança corporativa. “A governança é importantíssima para determinar os diferentes níveis de relacionamento entre empresa, seguimento, mercado e coletividade”, endossa.
A governança possui quatro pilares importantes, como o Compliance (conformidades legais da empresa); accountability (transparência na prestação de contas); disclogery (transparência efetiva da empresa); fairness (tratamento igual à todos).
“Quando falamos de pequenas empresas, ainda não conversamos sobre setores que possuem aplicações na bolsa, e sim de negócios com capital fechado que não têm mecanismos de governança adequados”, explica. A sugestão de Oliveira é a implementação do sistema para que o empreendimento cresça adequadamente, seja ele o investimento do tamanho que for – micro, pequeno, médio ou grande negócio.
Ainda de acordo com o gestor, o ponto de partida para a introdução de um sistema de controle mais adequado, em empresas de pequeno e médio porte, é a criação de um conselho de administração para representar seus membros. “Você cria um conselho que vai representar as partes da empresa, vai ajudar a gerir e controlar esse novo ambiente da governança interior”, reforça.

Por fim, o professor explica também que o maior desafio para a adoção do conjunto da governança é acabar com o paradigma do “dono que quer mandar”. “Com a aplicação de uma nova forma de gestão, passam a existir regras, que podem vir a entrar em conflito com o desejo dos lideres majoritários, então é necessário estabelecer novos compromisso dentro do empreendimento” finaliza.