ABC - quarta-feira , 1 de maio de 2024

Inflação dos brinquedos reduz giro econômico neste Dia das Crianças no ABC

Preço médio que consumidores estão dispostos a pagar é de R$ 101,75 (Foto: Divulgação)

A inflação nos preços de presentes infantis tradicionais, como brinquedos e vestuário, retraiu o impulso pelas compras neste Dia das Crianças no ABC. A movimentação de recursos monetários com aquisição de lembranças será de aproximadamente R$ 78 milhões, patamar nominal estável em relação ao ano passado, mas com queda real de 7,5% quando descontada a inflação anual de 8,72% acumulada até agosto último.

O preço médio que consumidores da região estão dispostos a pagar por presente é de R$ 101,75, representando redução real de 14% sobre os R$ 109 do ano passado. Também foram impactados os gastos planejados – presentes, passeios etc. Entrevistados pela Pesquisa de Intenção de Compras (PIC) da Universidade Metodista de São Paulo revelaram pretender desembolsar R$ 208,50, contra gasto planejado de R$ 206 em 2021, ou seja, redução real de aproximadamente 7%.

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Apesar da queda real no preço médio por presente, a leve melhora no número médio de crianças a serem presenteadas (de 1,4 para 1,5) e da proporção de famílias que deverão presentear pelo menos uma criança (de 64% para 70% aproximadamente) ajuda a explicar a retração menor no total de gastos planejados.

“É fundamental apontar que na Região Metropolitana de São Paulo a inflação dos vestuários foi de 17,7% e dos brinquedos, de 26,3% no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em agosto, segundo o IPCA. Isso retraiu o poder de compra para estes grupos de bens”, explica professor Sandro Maskio, coordenador de Estudos do Observatório Econômico da Metodista.

Inversão de presentes

Por isso, os principais presentes a serem escolhidos sofreram alteração neste ano. As lembranças mais procuradas para meninos deverão estar no grupo de vestuários e calçados (16,8%), seguidos de brinquedos como jogos educativos (9,8%) e carros/motos de brinquedo (7,5%). Para as meninas, os principais presentes devem ser vestuários e calçados (19,5%), seguidos das bonecas (14,2%), maquiagem (11,1%) e urso de pelúcia (4,7%).

Tanto para meninos como para meninas houve expansão da participação dos cartões de presente e de dinheiro (cerca de 15% e 10%, respectivamente). A proporção dos consumidores indefinidos também se ampliou neste ano: 23,3% dos que presentearão meninos não definiram a lembrança e 19%, as meninas.

Segundo professor Sandro Maskio, alguns indicadores do mercado de trabalho apontam melhora, como o maior número de pessoas ocupadas, de geração de empregos formais na região, renda real média e massa de renda. “Mas o efeito agregado desses fatores não se mostrou capaz de recuperar a capacidade e disposição ao consumo por parte dos consumidores da região. Soma-se a isso a elevada proporção de famílias endividadas”, apontou.

Veja a íntegra da pesquisa:

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