Geralmente causada em decorrência da bactéria conhecida como Mycobacterium Tuberculosis, a tuberculose costuma atacar principalmente os pulmões, mas pode também atingir outras partes do corpo. Dados revelados pelas cidades da região mostram que, em relação ao último ano, cinco dos sete municípios apresentaram queda de 23,2% no índice de casos da doença (de 610 para 467). Além disso, a região apresentou também queda de 40% no número de óbitos (de 25 para 15).
Em entrevista ao RD, o professor e pneumologista da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Elie Fiss, explica como combater a doença. “O tratamento é o que chamamos de esquema hippie, ou seja, feito à base de antibióticos”. Fiss também conta que o diagnóstico médico é mais que necessário para constatar o tempo necessário para uso da medicação. “A partir da avaliação de um médico, será possível determinar o tempo de tratamento, que pode variar de seis a nove meses”, orienta.
O médico alerta, ainda, que se os cuidados não forem devidamente tomados, a doença pode deixar sequelas no pulmão, como cicatrizes no órgão, porém isso depende muito da fase do resultado clínico.
Casos no ABC
Na região, cinco, das sete cidades, apresentaram dados que revelam a queda no número de casos de tuberculose. Neste ano, foram detectados 467 casos entre os municípios, 143 a menos em relação a 2021. No ranking, São Bernardo aparece em primeiro lugar com maior número de incidências: 193 diagnósticos e dois óbitos – no ano passado foram oito.
Na vizinha, em Diadema, foram registrados este ano, até o momento, 127 casos na cidade. De acordo com a Prefeitura, cinco pessoas faleceram em decorrência da tuberculose no município – seis a menos do que em 2021. Já Mauá contabilizou 113 ocorrências da doença este ano. Também foram registrados cinco óbitos – seis a menos que no ano passado.
São Caetano e Ribeirão Pires registram 17 diagnósticos da doença. Em 2021, São Caetano não teve nenhuma morte registrada, e Ribeirão Pires teve apenas um caso. Neste ano, nenhuma morte foi declarada por nenhuma das cidades.
Ações municipais contra a doença
Por meio do Programa de Controle da Tuberculose, São Bernardo, realiza durante todo o ano busca ativa de pacientes com tuberculose e trabalha com conscientização da população sobre a importância de detecção e tratamento precoce da doença. Já Ribeirão Pires realiza duas vezes ao ano a busca ativa por casos de tuberculose (de janeiro a março e também no mês de setembro). Além disso, é reforçado através das mídias sociais da Secretaria de Saúde, periodicamente, os sinais e sintomas e onde buscar ajuda.
Em Diadema, é realizada a capacitação e atualização do protocolo de Tuberculose para toda a rede no mês de março, além disso, a cidade conta com ações das equipes da AB (Atenção Básica) e os consultórios na rua durante a Campanha de busca ativa, realizadas nos meses de março e de setembro. São Caetano e Mauá realizam suas buscas ativas em suas Unidades Básicas de Saúde. Além disso, os municípios oferecem ações educativas, fornecidas por profissionais da AB envolvidos no processo da Vigilância Epidemiológica.
Santo André e Rio Grande da Serra não retornaram até o fechamento da reportagem.