Motorista da Uber é gravemente agredida por passageiros em Mauá

Ferida na cabeça e no braço, Larissa sangrou bastante e precisou receber pontos para fechar os ferimentos. (Foto: Rede Social)

A motorista de aplicativo, Larissa Lima de Oliveira, está há 15 dias sem trabalhar desde que foi gravemente agredida por um dos passageiros que transportava da região Central de Mauá para o Parque das Américas, o dia 6/9. Agredida a pedradas, Larissa passou por atendimento médico, levando seis pontos na cabeça e outros cinco no pulso, e ainda hoje sente dores e sensações de desmaio, por isso não voltou a trabalhar. Um boletim de ocorrência foi registrado no 2° Distrito Policial de Mauá, que investiga o caso.

De acordo com Larissa, ela atendeu a uma corrida partindo do Mauá Plaza Shopping naquele dia. A solicitação estava no nome de uma mulher, mas entraram no veículo um homem, duas mulheres e duas crianças. Durante o trajeto um dos passageiros abriu um pacote que tinha comprado no shopping para testar. Era uma caixa de som potente, que foi ligada em alto volume dentro do veículo. Sem conseguir se concentrar ao volante dado o alto volume do aparelho Larissa pediu para abaixar o volume do aparelho, o que não foi atendido. “O som estava vibrando até os vidros do carro, não dava para dirigir, até que parei o carro, disse que ia cancelar a corrida e pedi para que descessem do carro. Eles começaram a discutir comigo o homem desceu e veio com uma pedra, eu desci também para ele não atirar no carro, mas me empurraram, me encurralaram e me agrediram com pedradas”, explicou.

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No braço foram cinco pontos para fechar o ferimento. (Foto: Rede Social)

Larissa foi socorrida por populares que impediram que a agressão continuasse, os agressores fugiram. Depois de passar pelo atendimento médico e suturar a cabeça e o braço, a motorista foi até o 2° Distrito Policial de Mauá e registrou a ocorrência de lesão corporal. Sem poder mexer o punho direito a vítima está sem trabalhar. “Sinto dores, e agora com essas sensações de desmaio, o médico pediu para repetir a tomografia porque pode ter ficado alguma sequela”, relatou.

Mais tarde descobriu-se que a pedra usada pelo homem para agredir Larissa, na verdade era um pedaço de uma pia de louça. Por isso os ferimentos da motorista tiveram que ter um cuidado maior por conta do risco de infecções.

A plataforma de transporte está arcando apenas com os custos dos medicamentos que Larissa está usando, e mais nenhum outro recurso para ajudar a motorista que está sem trabalhar. “A Uber paga os medicamentos e mais nada. Fora isso apenas comunicou que vai verificar a situação e que eu não vou mais pegar essa passageira e que se for comprovada a agressão a conta dela na plataforma vai ser bloqueada. Eles se recusaram a me passar os dados da passageira. Só com a investigação”, disse a motorista que tem na atividade o único sustento dela e da filha. Ela também precisa da renda para pagar as prestações do carro. Larissa disse que vai acionar o jurídico da Uber. “Eu não tenho condições físicas nem psicológicas de voltar ao trabalho agora, não durmo mais, tenho pesadelos com o que aconteceu”, explicou.

Na cabeça a motorista precisou de seis pontos (Foto: Rede Social)

Em nota a empresa diz que repudia qualquer tipo de violência contra a mulher. “A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza. A usuária teve sua conta desativada da plataforma assim que a denúncia foi feita. Todas as viagens na plataforma são cobertas por um seguro para acidentes pessoais e a empresa permanece à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei. A Uber possui uma equipe especializada está sempre à disposição para colaborar com as autoridades e possui um portal exclusivo para solicitação de dados no caso de investigações ou processos de persecução criminal, que está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana para processar as demandas, permitindo que informações importantes sejam repassadas com segurança e rapidez, isso tudo respeitando as leis de privacidade exigidas no País, em especial o Marco Civil da Internet. Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo: o compartilhamento de localização, gravação de áudio, detecção de linguagem imprópria no chat, botão de ligar para a polícia, entre outros”, disse a companhia.

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