Busca por atendimento em saúde mental dobra no ABC e número continua subir

Até o atual momento de 2022 mais125.307 serviços na área de saúde mental foram prestados na região (Foto: Divulgação)

Em 2021, mais 171.994 atendimentos na área de saúde mental foram realizados no ABC, registrando um crescimento de 110,09% no número de consultas em comparação ao ano anterior de 2020, em que foram realizados 81.865 atendimentos. Até o atual momento de 2022, 125.307 serviços na área de saúde mental foram prestados na região. Mauá, Diadema e Rio Grande da Serra não divulgaram os números.

Em entrevista ao RD, o psiquiatra Líbano Abiatar explica que, com o retorno das atividades presenciais, a procura por serviços de saúde mental cresceu e as pessoas acometidas e seus familiares mostram-se mais conscientes da importância desse tipo de seguimento. “Com certeza a pandemia trouxe impactos na saúde mental da maioria das pessoas, os graus são variáveis, e de maneiras diretas e indiretas”, diz.

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Ao ser questionado sobre a importância de cuidar da saúde mental, Abiatar afirma que direcionar a atenção e cuidados para a saúde mental tornou-se uma prioridade para muitas pessoas e que existe uma tendência de reconhecer o quão importante é nossa vida psíquica e seus sofrimentos. “Alguns optam por tratamentos ‘tradicionais’, outros usam maneiras não muito comuns como florais. Tudo que puder trazer benefícios é salutar, porém as medidas não são excludentes, e sim complementares. A maioria das pessoas demanda um tratamento multidisciplinar, com diversas medidas, sendo elas medicamentosas e não medicamentosas. Ou seja, como são variados os fatores envolvidos nos transtornos mentais, também variadas são as medidas para manejá-los”, expõe o especialista.

Números de atendimentos nas cidades

Em 2020, em Santo André, foram registrados 13.218 atendimentos em saúde mental. Em 2021 foram13.376 atendimentos e em 2022, até o momento, foram registrados 10.958. Os Caps (Centros de Atendimento Psicossocial) são equipamentos especializados, exclusivos para pacientes que precisam de cuidados com a Saúde Mental. Os Caps oferecem atendimentos (acolhimento, consultas, grupos, oficinas, atendimento às famílias, internação, etc) para casos de transtornos mentais graves ou por uso prejudicial de drogas, seja em momentos de crise ou que necessitam de cuidado psicossocial longitudinal.

Para os casos mais graves ou em situações de crise, orientamos o acesso aos Caps, sem necessidade de agendamento prévio ou encaminhamentos. Nas demais situações, as Unidades de Saúde são referências de cuidado em Saúde Mental no território de moradia do munícipe. Avaliando se tratar de um caso grave, poderão encaminhar aos Caps.

Já em Ribeirão Pires, foram 74.310 em 2019, 43.342 em 2021 e, até agora, 25.934 em 2022. O município oferece atendimento às pessoas com problemas psicológicos através dos CAPS, desde assistência social, até o atendimento com psiquiatra e, segundo a administração, pessoas com 18 aos 65 anos procuram mais o serviço.

São Bernardo teve registrados em 2019, 2020, 2021 e 2022, respectivamente, 53.247, 32.027, 50.263 e 32.388 consultas com psicólogos na rede municipal. Em 2020, houve redução dos atendimentos devido à pandemia. Idosos e adolescentes são as faixas etárias que mais procuraram os serviços de Saúde Mental, porém, há incidência de procura em todas as faixas etárias.

No período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2020 a cidade de São Caetano realizou um total de 33.620 atendimentos em saúde mental. Em 2021 a cidade realizou 65.013 atendimentos. Até a presente data, as equipes de saúde mental do município, realizaram 56.027 atendimentos em saúde mental em suas variadas especialidades.

As equipes de saúde mental de São Caetano são compostas por profissionais das seguintes especialidades: Psiquiatria adulto e infantil; Clínica Geral; Psicologia; Terapia Ocupacional; Psicopedagogia; Serviços social; Enfermagem; Farmacêutico; Monitores de oficina Terapêutica. A maior demanda por faixa etária se concentra entre os 43 e 47 anos de idade.

Procuradas, as Prefeituras de Mauá, Diadema e Rio Grande da Serra não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.

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