A defesa dos quatro jovens que estavam no barco juntamente com ambientalista Adolfo Souza Duarte, o Ferrugem, quando ele desapareceu na noite do dia 1° de agosto, vai pedir um novo laudo pericial. Na quarta-feira (24/08) a Polícia Civil decretou a prisão temporária dos quatro envolvidos depois que o laudo necroscópico apontou que a causa da morte foi asfixia mecânica e não afogamento. O advogado André Nino disse ao RD que a prisão foi injusta e que vai fazer nesta sexta-feira (26/08) o pedido de um laudo complementar.
Assim que esse primeiro laudo foi divulgado os quatro envolvidos foram detidos pela polícia. Eles passaram por audiência de custódia nesta quinta-feira (25/08) e a prisão temporária foi mantida. Segundo o advogado há irregularidades na decretação da prisão temporária. “Há algumas irregularidades nesta prisão, primeiro porque não há uma justa causa para isso, já que o fundamento da prisão temporária é resguardar as investigações; no caso dos quatro jovens eles ajudaram nas buscas quando foi solicitado, foram à delegacia quando foram chamados e não tem nada que comprove a adulteração de provas ou que estivessem coagindo testemunhas, até porque, até o momento as testemunhas são eles”.
Segundo o advogado os quatro jovens ficaram perplexos com o resultado do laudo pericial e mantiveram a versão de que Ferrugem caiu na água juntamente com uma das jovens e apenas ela foi resgatada, ele desapareceu na água. “Assim que eu soube do resultado desse primeiro laudo eu falei com eles que ficaram surpresos com a notícia. Eu disse que solicitaria um novo laudo e eles disseram que posso pedir um novo laudo que eles não têm receio”.
Caso
Ferrugem desapareceu no dia 1° de agosto quanto saiu com o barco que pilotava com quatro pessoas que pagaram pelo passeio na Represa Billings. As investigações seguem em andamento no 101° Distrito Policial da Capital (Jardim das Imbuias) que solicitou exames periciais no barco e no corpo da vítima que foi encontrado no sábado (06/08).
Apesar de ter ocorrido na margem da Billings do lado da Capital, Ferrugem era muito conhecido no ABC por conta do seu trabalho na represa. Já era noite e segundo os testemunhos dos quatro jovens, um solavanco fez com que ele e uma passageira fossem lançados na água. A mulher foi resgatada e o marinheiro desapareceu.
Ferrugem tinha 41 anos, era educador ambiental e também trabalhava na ONG Meninos da Billings. Através da ONG Ferrugem também participava de ações de conscientização sobre a proteção do meio ambiente e também ajudava no projeto Remada na Quebrada, dando aulas de caiaque e stand-up paddle na represa para crianças de comunidades carentes que ficam próximas à represa.