
Começou na manhã desta terça-feira (26/07) o julgamento do cabo da Polícia Militar, Alécio José de Souza, que é acusado de matar, com um tiro na nuca, o adolescente Luan Gabriel Nogueira de Souza, de 14 anos. O crime ocorreu no dia 5 de novembro de 2017, no Parque João Ramalho, em Santo André.
Na época a família disse à polícia que o jovem havia saído de casa para comprar bolachas e parou em uma viela para cumprimentar amigos quando houve a abordagem. O jovem era estudante e não teria passagens pela polícia. Inicialmente o inquérito policial apontou o crime como homicídio culposo, sem intenção de matar, mas o Ministério Público pediu e a justiça determinou que o policial fosse a julgamento por homicídio qualificado.
O julgamento começou com a oitiva de testemunhas e deve seguir até pelo menos quarta-feira (27/07). O júri é presidido pela juíza Melina Dias. Mais de 10 testemunhas de acusação e defesa estão sendo ouvidas. “O acusado confessou na delegacia e na Justiça que efetuou os disparos, mas diz que agiu em legítima defesa. No entanto, os laudos técnicos do Instituto de Criminalística, as testemunhas ouvidas na delegacia e na Vara do Júri e as investigações da Polícia Civil demonstraram que não houve nenhum confronto no local. Todas as provas e testemunhas atestaram que foi uma execução praticada por quem deveria proteger, e não matar”, afirma o advogado Ariel de Castro Alves, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Bernardo, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e membro do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Alves acompanha o julgamento.