O movimento antivacina e a baixa cobertura vacinal entre crianças contribuem para o retorno de doenças consideradas erradicadas no Brasil, a exemplo do sarampo, que voltou a preocupar. É o que analisa a gestora do curso de Biomedicina da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Adriana de Brito.
Em entrevista ao RDtv, a especialista avalia que as vacinas, de modo geral, aumentam a produção de anticorpos, além de garantir uma proteção mais duradoura e estimular o sistema imunológico de forma geral. “É uma garantia de proteção para todos que se imunizam, por isso a indicação: não deixem de se vacinar em nenhuma hipótese”, sugere.
A biomédica reforça que o principal benefício da vacinação é a proteção contra doenças bastante conhecidas, como a rubéola, o tétano, poliomielite e sarampo. “É fato que a queda na taxa de vacinação é um grande risco para as crianças e para a população de modo geral, porque as doenças que já foram consideradas erradicadas podem retornar, como é o caso desta nova varíola do macaco”, explica.

A especialista diz, ainda, que por conta de uma série de notícias falsas que são disseminadas, a população vive em meio ao medo e insegurança. “Por conta das chamadas fake news, as pessoas acabam deixando de levar seus filhos para se vacinar, mas é importante lembrar que as reações da vacina, ao contrário do que falam, são temporárias e muito inferiores aos danos que as pessoas teriam se contraíssem a doença”, expõe.
A médica alerta também sobre os dados informados via Data Sus, que expõem baixa no número de crianças vacinadas. Segundo ela, em 2021, a taxa de vacinação infantil registrada no Brasil foi de 60,7%, quando o ideal seria acima de 90%, e que para melhorar este índice, é necessário procurar uma UBS (Unidade Básica de Saúde) ou um posto de saúde mais próximo com carteira de vacinação.
“As pessoas, muitas vezes, deixam de ir ao posto de saúde por terem perdido a caderneta com as vacinas que já foram tomadas, mas o SUS (Sistema único de Saúde) possui um sistema que controla as vacinas com base nos dados pessoais. Então é possível resgatar o histórico de vacinação, mesmo com a perda da carteirinha”, esclarece Adriana.