Mesmo com a alta de 83% no número de casos de covid-19 entre abril e maio, e os casos motivando o fechamento de escolas de nível fundamental e médio, nas instituições de ensino superior da região nada muda. Consultadas pelo RD as instituições dizem que estão atentas ao número de infectados e aguardam decisão dos municípios. O Consórcio Intermunicipal deve deliberar sobre o uso de máscaras – se obrigatório ou não e em que tipo de locais – na próxima terça-feira (07/06).
Enquanto isso cada instituição adotou uma forma de proceder, frente ao momento da pandemia. Em algumas o uso de máscara é obrigatório, em outras não. Como também nem todas exigem o comprovante de vacinação.
A FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) é das que adotou a obrigatoriedade para o uso da proteção facial nos locais fechados dentro do seu campus em Santo André. “O Centro Universitário FMABC segue até o momento com as aulas presenciais, monitorando os possíveis casos de covid entre alunos, professores e funcionários. A instituição definiu como obrigatório o uso de máscaras em espaços fechados dentro do campus desde o retorno às aulas, além da vacinação entre os membros do corpo docente, discente e colaboradores. A FMABC faz levantamentos diários dos casos de covid na comunidade acadêmica, e caso seja constatado um surto o comitê responsável estudará a possibilidade de retomar o ensino remoto”, informou a faculdade em nota.
Na UFABC (Universidade Federal do ABC) a maior parte dos alunos só voltará ao ensino presencial na segunda-feira (06/06). Atualmente circulam cerca de 800 pessoas semanalmente pelos dois campi, em Santo André e São Bernardo, mas com a volta presencial dos alunos na próxima semana a estimativa é de a circulação passará a 15 mil pessoas. Em nota, a universidade informou que o uso de máscaras é obrigatório em todas as dependências e é recomendado o uso daquelas do tipo PFF2 ou N95. Além disso, a vacinação também é exigida. “Membros de todas as categorias da comunidade universitária devem ter indicado sua situação vacinal via formulário institucional. Trata-se de um pré-requisito para acessar os espaços físicos da UFABC”, diz a nota. Além das normas de higiene reforçadas a comunidade universitária deve realizar os testes fornecidos. Servidores e terceirizados mantém obrigatoriedade de realização semanal dos testes e discentes farão testagens por amostragem. Perguntado se há indicativo de tornar as medidas mais duras a universidade federal disse que ainda não há previsão de mudanças. “A UFABC mantém constante análise epidemiológica interna e externa, com auxílio do Núcleo de Monitoramento e Testagens, que acompanha a situação da região, auxiliando a Universidade nas decisões”.
Nos campi da Metodista 100% dos alunos já estão em aulas presenciais. Neles o uso de máscara é apenas recomendado, seguindo norma baixada pelo município de São Bernardo. Cerca de mil alunos estão em aulas presenciais. A vacinação de professores, funcionários e alunos não é exigência. A instituição frisa que acompanha os casos na região e que está atenta às orientações das autoridades locais.
O professor Marcello Nitz, pró-reitor Acadêmico do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia) disse que o uso de máscara é recomendado, sugestão que é bem aceita nas dependências do campus em São Caetano. “Tendo em vista o aumento de casos, recomendamos que as máscaras voltassem a ser utilizadas por professores, alunos e demais funcionários técnico-administrativos, em especial nos ambientes fechados. A adesão foi muito boa, pois todos entendem que é uma medida eficaz de proteção para si mesmo e para os próximos”, explicou. Cerca de 2,8 mil alunos nos períodos diurno e noturno frequentam o campus diariamente desde que a volta ao presencial foi determinada no início do ano. No IMT os funcionários são obrigados a comprovar vacinação completa, mas nos alunos não, porém a instituição tomou novas providências para aumentar a segurança. “Por ora, reforçamos a comunicação, incentivando o uso de máscaras nos locais fechados e as práticas de higiene que visam à prevenção da covid-19. No período de provas que se aproxima, reduzimos a ocupação das salas de modo a ampliar o distanciamento entre alunos. Seguiremos acompanhando a evolução dos casos e as orientações das autoridades”, disse Nitz em nota enviada ao RD.
Na USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) cerca de 7 mil alunos circulam diariamente já que a instituição já funciona com aulas 100% presenciais nos campi Barcelona, Centro e Conceição. Usar máscara não é obrigatório, mas recomendado. “Embora não seja mais obrigatório, a universidade segue recomendando fortemente o uso da proteção facial, sobretudo em ambientes fechados, como salas de aulas e laboratórios”, disse a instituição em nota. O comprovante de vacinação foi solicitado à toda a comunidade universitária, segundo relata o comunicado. “A USCS segue monitorando o ambiente, bem como as decisões das autoridades, podendo, a qualquer momento, definir atualizações em seus protocolos no que se refere ao assunto”, completa a nota.
O professor e diretor da Faculdade de Direito de São Bernardo, Rodrigo Gago Barbosa, disse que também na instituição o uso de máscaras é amplamente incentivado, mas não é item obrigatório. A faculdade já retomou as aulas presenciais para 100% dos cerca de 2 mil alunos. O comprovante vacinal é exigido desde o início do ano letivo. “A FDSBC, como autarquia e faculdade, segue os decretos estaduais e municipais e atua pedagogicamente”, destacou.
A Anhanguera, que tem campus em Santo André e São Bernardo, informa que segue os decretos municipais, estadual e federal. “Neste sentido, tendo em vista que ainda não há publicação de decreto referente à obrigatoriedade do uso de máscara nos respectivos municípios, estão adotando o uso da proteção nas dependências das instituições como recomendação aos estudantes e colaboradores, podendo ser alterado conforme deliberação do poder público. Além disso, as instituições reforçam que, para preservar a saúde de todos, estão mantendo outras medidas, como a disponibilização de álcool gel para higienização das mãos”, diz comunicado.