PT e PSB contam com diversos acordos para a disputa eleitoral em vários estados e na eleição presidencial. O mesmo não ocorre em São Paulo, local em que Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB) buscam consolidar seus espaços na busca da liderança da esquerda na disputa do comando do Palácio dos Bandeirantes. Em entrevista ao RDtv desta terça-feira (12/4), o presidente estadual do PT, Luiz Marinho, deixou claro que gostaria de ver o ex-governador como candidato ao Senado. “Márcio França seria um grande senador”.
A fala de Marinho ocorre ao mesmo tempo em que descarta a possibilidade de uma pesquisa eleitoral, em maio, para definir quem seria o representante do grupo nas eleições. Sem um acordo, a ideia de momento seria manter os dois palanques para a dupla Lula/Alckmin para angariar futuros votos na eleição paulista.
“As pesquisas já estão dadas, pega do Datafolha, pega os demais institutos, o Haddad lidera bem a frente, está consolidada a liderança nas pesquisas de intenção de votos no Estado de São Paulo. Abrir agora uma demanda, uma discussão, vamos contratar uma pesquisa para ver os cruzamentos é colocar pontos de interrogação, é colocar uma dúvida na cabeça do cidadão e da cidadã do Estado de São Paulo de quem será o candidato, essa dúvida não existe. Isso não existe nem na cabeça do povo que está mostrando isso nas pesquisas de opinião e nem na nossa cabeça”, explicou.
O ex-prefeito de São Bernardo deixou claro que caso ocorra um acordo entre petistas e socialistas, a ideia é que um tenha o futuro pré-candidato ao governo e o outro escolha entre a vice ou a vaga para o Senado, assim sobrando um espaço para outras legendas, entre elas, as que formam a federação com o PT – PCdoB e PV.
Alckmin
Luiz Marinho estava entre aqueles que não gostariam de ver Geraldo Alckmin como vice de Lula, chegando a deixar claro que preferia enxergar alternativas para a formação da futura chapa. Com a consolidação do nome do ex-governador como pré-candidato, o petista mostrou que o olhar interno do partido foi alterado e que o ex-tucano acabou aceito.
“Eu avalio que foi um movimento que se fez necessário, se provou necessário com a evolução dos debates internamente no PT, na relação com PSB, com os demais partidos que vão compor a nossa frente partidária que está oferecendo essa grande referência, essa grande esperança chamada Luiz Inácio Lula da Silva compondo hoje com o Alckmin, hoje o nosso pré-candidato a vice e com certeza será firmado nos processos, nas convenções”, disse.
O ex-prefeito de São Bernardo chegou a comparar a decisão pelo nome de Alckmin com a decisão de 2002 que juntou Lula ao então empresário José de Alencar, fator que agregou à época votos em camadas que questionavam o modelo político que seria adotado pelo então candidato a presidente.