O ex-governador Márcio França (PSB) visitou a Câmara de Santo André nesta segunda-feira (11/4) e participou de uma agenda regional de seu partido. Ao ser questionado sobre a possibilidade de aliança com o também pré-candidato ao Governo do Estado Fernando Haddad (PT), o socialista deixou claro que não pretende ser vice do petista e que a recíproca é verdadeira. E apontou as dificuldades para um entendimento de uma candidatura única no campo da esquerda.
“Eu creio na possibilidade do Haddad ser candidato ao Senado, acho que ele seria um grande senador. Nem creio que ele queira ser vice. Acho que de qualquer maneira nós não estamos coligados em nenhuma federação, então nós teremos nossa chapa de (deputado) estadual e a nossa chapa de federal, e eles terão a deles”, disse o ex-governador em uma das respostas.
O principal ponto de discórdia está sobre a proposta de França para que fosse realizada uma pesquisa em maio. A ideia seria indicar uma candidatura única com o nome daquele que somar mais pontos percentuais entre os eleitores que votam com certeza em algum dos pré-candidatos e aqueles que cogitam tal possibilidade.
Márcio utiliza como base a pesquisa Ipespe (registrada com os códigos BR-00800/2022 e SP-06962/2022) divulgada nesta segunda que aponta que na soma entre os eleitores que votariam com certeza e que poderiam votar, o socialista aparece com 48%, enquanto o petista soma 43%. Levando em conta que a margem de erro é de 3,2 pontos percentuais, os França e Haddad estão tecnicamente empatados. Nos demais cenários colocados, o ex-ministro da Educação tem vantagem em todos os cenários estimulados.
Outra questão levantada pelo ex-governador é que o ex-prefeito de São Bernardo e presidente estadual do PT, Luiz Marinho, deixou claro a coluna Painel, da Folha de São Paulo, no último final de semana, que uma pesquisa para definir uma candidatura poderia gerar dúvidas nos eleitores, o que leva a crer que o palanque de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Paulo será dividido.
A divisão também ocorrerá nos apoios. Márcio França considera que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) participará de sua campanha pela mídia, enquanto Lula estará nos vídeos de Fernando Haddad. Inclusive Márcio e Geraldo se encontraram no último final de semana, segundo o socialista o encontro foi para definir o plano de governo “que será radical, será um plano nunca antes visto”.
Discurso com críticas
Durante sua participação na ação do PSB em Santo André, Márcio França fez diversas críticas ao ex-governador João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), principalmente por medidas tomadas durante a fase mais crítica da pandemia do Covid-19 como o aumento de impostos e o que considera como falta de planejamento na área da Educação.
Em determinado momento dos 40 minutos de fala resolveu debater a questão do transporte público, criticou a morosidade para a chegada do metrô ao ABC e afirmou que faria a construção em quatro anos se fosse o governador.
Atualmente o projeto da linha 20-Rosa, que chegará até São Bernardo, está no projeto básico. A expectativa é que no ano que vem ocorra a licitação para que seja realizado o projeto executivo.