A estimativa da Prefeitura de São Bernardo é que aproximadamente R$ 8,5 milhões deixarão de ser arrecadados todos os anos com tributos por conta do encerramento das atividades da fábrica da Toyota. A empresa anunciou terça-feira (5/4) que vai encerrar as atividades da fábrica na cidade, a mais antiga da marca fora do Japão e que foi inaugurada em 1962. Desde o anúncio, a Prefeitura e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tentam mudar a decisão da montadora, que reafirmou, nesta quarta-feira (6), a intenção de fechar as portas da unidade e transferir a produção e os funcionários para outras fábricas no Interior do Estado. Em assembleia, os trabalhadores decidiram pelo comunicado de greve.
Levantamento feito pela Secretaria de Finanças, da Prefeitura de São Bernardo, a pedido do RD, informa que a projeção de perda de arrecadação municipal de R$ 8,5 milhões por ano é referente a IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), taxas de funcionamento e publicidade, taxa de fiscalização sanitária e também nos futuros repasses do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges Júnior, diz que a decisão foi uma falta de respeito com os trabalhadores, pois a entidade dialogava com os representantes da Toyota e a conversa sempre seguiu a linha de novos investimentos na planta. Em assembleia com os trabalhadores nesta quarta-feira (6) ficou aprovada a entrega de um aviso de greve e o estado permanente de mobilização contra o fechamento da fábrica. À tarde, a direção do sindicato conversou com o presidente da montadora no Brasil, Rafael Chang, mas a conversa não foi produtiva. A empresa manteve a posição de fechar a fábrica, que fica na rua Max Mangels, no bairro Planalto, onde emprega aproximadamente 600 trabalhadores.
“Nessa conversa, o sindicato insistiu na abertura de negociações para a manutenção da empresa, uma vez que a montadora não colocou esta possibilidade aos trabalhadores. Em que, diante disto, a Toyota reiterou a posição do fechamento da empresa. Com essa postura, a empresa se mostra autoritária e dissimulada perante os trabalhadores e o sindicato”, informou o sindicato após a reunião.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC convocou uma reunião com todos os trabalhadores na sede da entidade nesta quinta-feira (7/4), às 10h, para novos encaminhamentos sobre a situação dos empregos na Toyota.