A Aciarp (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires) investe em várias ações para garantir a recuperação da atividade econômica na cidade, sobretudo para o pequeno e médio empresário que sofreu bastante com a pandemia da covid-19. Entre as ações está a busca por opções de crédito mais barato, demanda número um do empresariado da cidade. A qualificação profissional e o estabelecimento de campanhas vinculadas a uma agenda de eventos são também outras saídas para atrair mais consumidores. Para falar desse processo de recuperação da economia a presidente da associação, Eliete Vieira participou do RDTv desta quinta-feira (24/03).
“Sentimos na cidade muitas portas fechadas ainda e muitos comerciantes que não voltaram, outros que estão voltando agora. Estamos sentindo que eles precisam de impulsos para uma retomada econômica mais forte, mais efetiva”, observa Eliete. No último dia 17/03 foi realizada uma reunião, denominada de encontro estratégico que teve grande participação dos comerciantes, que validaram a agenda de eventos da Aciarp. O principal pilar dessa agenda é o Investir e isso passa pela demanda maior do setor que é o crédito. “A maior reivindicação é o crédito um pouco mais fácil, um pouco mais barato para o pequeno comerciante que volta agora, mas com muita dificuldade, sem capital de giro, sem dinheiro para uma reforma ou para uma adaptação no seu negócio, porque todo mundo teve que fazer adaptações”, explica.
Na Aciarp a direção está focada na busca por melhores taxas de juros. “Uma das diretoras está o tempo todo negociando taxas, empréstimos, em conversa com os bancos privados, com o nosso banco, o AC Crédito. Acredito que fazendo juntos, conseguimos ter uma taxa de juros melhor, condições de pagamento melhores. Precisamos de uma instituição que olhe para esse momento de uma forma um pouco mais calorosa com esse comerciante que resistiu, que não entregou os pontos. A AC Crédito já garantiu que, para os associados, haverá desconto de 15% nos juros praticados no mercado, acho que é um excelente desconto. O associado vai ver que vale a pena estar na associação comercial”, disse Eliete Vieira.
A Aciarp também fechou com a Secretaria Municipal de Educação, Turismo e Cultura uma parceria para trabalhar em uma agenda de eventos que possa atrair consumidores para Ribeirão Pires. “Eventos do tipo compre e ganhe. A Prefeitura pode colaborar com som, espaço, expertise de algum profissional para nos ajudar na estrutura”, explica a presidente que também tem tratado com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico a vinda de cursos e treinamentos para dentro da associação.
Mães
Como o planejamento da Aciarp foi entregue em março, não houve tempo para ações específicas para a Páscoa. Mesmo assim os empresários da cidade que trabalham com chocolates poderão se beneficiar com as ações de campanha de compre e ganhe que a associação tem já autorizada pela Caixa. Se não deu tempo para a campanha de Páscoa, para o Dia das Mães, comemorado no dia 8 de maio, a campanha já está acertada. “Será uma campanha grande feita a muitas mãos, nós, nossos associados e a prefeitura para que a cidade se envolva como um todo nesse projeto”.
Eliete Vieira diz esperar um crescimento de 50% nas vendas do Dia das Mães em relação ao ano passado. “O ano passado foi muito difícil pois o Dia das Mãe caiu bem no meio da segunda onda da pandemia, então precisa colocar pelo menos 50% a mais e vamos convidar os munícipes a comprarem na cidade através de uma campanha compra e ganha. Queremos sortear um prêmio por dia e ainda estamos construindo. Contratamos uma empresa de marketing e eventos porque nossa equipe é boa, mas é enxuta. A empresa tem nos auxiliado e nos colocado várias propostas. Esse ano precisamos muito sermos muito assertivos, não dá para ser amador, precisamos fazer campanhas que efetivamente coloquem dinheiro no caixa do comerciante”, disse a presidente da Aciarp sobre a campanha.
Para a presidente da Aciarp, Ribeirão Pires tem um comércio variado capaz de atrair todo o tipo de consumidor, mas o maior atrativo, diz, é a própria característica da cidade ser mais calma e convidativa. “Em Ribeirão o consumidor encontra todo o tipo de produto, de alimentação, de festa, vestuário, calçado automóveis, imóveis, enfim, tudo o que tem na Capital tem aqui, só que temos um atrativo maior; temos uma cidade tranquila, calma, onde se pode fazer compras com muita segurança, onde se pode andar de carro com os vidros abertos. Somos a 30ª cidade mais segura do Brasil e caminhamos para termos uma colocação ainda melhor. Então acho que vale muito à pena o munícipe comprar aqui o presente das Mães e também quem vem de fora, que além de fazer compras pode fazer um passeio numa cidade linda”, completa.
E-commerce
Segundo Eliete Vieira, de 30% a 40% dos comerciantes já assimilaram o conceito de vendas on-line e a maioria tem loja física e virtual. “O restante está nas vendas pelo WhatsApp e outros usando Facebook e Instagram, sendo que muitos usando muito o botão do patrocinado. Daqui dois anos vamos saber quem vai ficar só no e-commerce ou só na loja física. A loja física vai ser um local de experiência para o consumidor e tem que se modificar e se preparar para receber um cliente um pouco mais exigente”, comenta.
A Aciarp registrou queda pequena no número de associados no período da pandemia. Segundo Eliete o número de associados antes da emergência de saúde chegava perto dos 400, agora 80 deles estão suspensos, mas não desligados, são os que não conseguiram manter o pagamento das mensalidades. Hoje, ativos, são aproximadamente 280 associados. “Tivemos uma baixa sim mas não foi grande, mais ou menos 10% realmente se desligaram. Foi pouca a baixa, conseguimos preservar e manter a maioria”, diz.
Indústria
Se a demanda prioritária do comércio é o crédito, a indústria carece mais de mão-de-obra qualificada. Eliete diz que para ingressar no chão de fábrica é preciso qualificação, mas o jovem não sabe, por exemplo, o que é uma máquina de CNC, nunca nem viu, a não ser o jovem que vem do Senai. Então o jovem que mais precisa, não conhece. “A Aciarp assinou um contrato com o Instituto de Talentos de São Paulo, através da Facesp para que a gente consiga colocar o programa aprendiz dentro da associação. Temos uma dificuldade muito grande de colocar esse jovem numa fábrica de São Bernardo ou de Mauá em função do grande número de passagens que ele tem que pegar. O empresário paga o aprendiz com o salário mínimo, mas tem que cumprir todas as outras exigências trabalhistas como passagem, refeição e encargos, às vezes prefere pegar o menino de perto da fábrica. A gente quer aproximar o jovem das fábricas do município”, completa a presidente da Aciarp.