Universidades do ABC têm maior procura pela graduação presencial, apesar da pandemia

Mesmo com a pandemia da covid-19, que aumentou o interesse por cursos online no País, – o Censo da Educação Superior 2020 aponta que 53,4% dos ingressantes do ensino superior optaram pelo ensino à distância -, o ABC registra crescimento na procura por cursos presenciais de graduação. Só a Universidade Federal do ABC, que possui mais de 15,8 mil estudantes em 29 graduações, apresenta este ano cerca de 20% a mais de aumento na modalidade presencial em relação a 2019.

USCS registra crescimento de 15,2% no número de alunos matriculados em cursos presenciais de graduação, em relação a 2021 (Foto: Divulgação/USCS)

A USCS (Universidade de São Caetano) também registra elevação no número de matrículas nos 36 cursos de graduação presenciais oferecidos. Em 2022, a instituição conta com mais de 6,4 mil estudantes, um crescimento de 15,2% em relação a 2019. No ano passado, mais de 5,4 mil alunos se matricularam em cursos de graduação, no presencial da instituição.

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A Universidade Metodista não divulga o número de alunos, mas informa que a procura pela modalidade presencial dos cursos de graduação também registrou aumento. Atualmente, a instituição oferece 43 opções presenciais e 26 cursos de graduação em sistema remoto.

Ensino à distância

Levantamento do Censo da Educação Superior 2020 aponta que, no Brasil, dos mais de 3,7 milhões de ingressantes no ensino superior em 2020, mais da metade (53,4%) optou pela modalidade à distância, enquanto 46,6% escolheram cursos presenciais. Foi a primeira vez, no País, que o número de matriculados em cursos EAD superou o de ingressantes na modalidade presencial.

O professor Márcio de Cássio Juliano, docente e coordenador de empregabilidade e empreendedorismo da Fundação Santo André, aponta alguns fatores que determinam a preferência pelo presencial, como o acesso à internet, porque nem todos possuem bom sistema de conexão para acompanhar as aulas. Outro fator é a tecnologia adotada pelas universidades, como laboratórios online, simuladores, entre outras ferramentas, que fazem com que a oferta de cursos não seja tão grande.

Precisa de investimento

Responsável também pela formulação de conteúdos de ensino à distância da Fundação Santo André, Juliano afirma que, atualmente, existem diversas ferramentas que facilitam o ensino à distância e trazem vivência ao aluno, para que ingressem ao mercado de trabalho, mas que dependem de investimentos das instituições. “Uma outra característica é que o sistema presencial permite interação entre os alunos e professores, uma construção de relacionamento interpessoal que também conta como aprendizado e prepara o aluno para o mercado de trabalho, tudo isso faz o aluno preferir o curso presencial”, afirma o docente.

Aquecimento

Mas, na USCS, que tem investido cada vez mais também na modalidade remota e oferece oito cursos de graduação no EAD, tem registrado crescimento no número de matrículas neste formato. Em 2022, a instituição conta com 346 matriculados no sistema à distância. Em 2021 eram 276.

O mesmo acontece com a Faculdade Anhanguera, que registrou um aumento de quase 8% na base de alunos matriculados no sistema de educação à distância em 2021, em comparação ao ano anterior, nos 64 cursos de graduação online. Dos mais de 881 mil matriculados em cursos presencial e EAD, em 2021, cerca de 682 mil optaram pela modalidade remota.

Juliano destaca que no sistema de educação à distância puro, em que as aulas podem ser feitas a qualquer momento e o material fica disponível, o aluno precisa ter muita disciplina e organização. O desenvolvimento depende do estudante e dos seus objetivos. “Portanto, antes de se matricular, o candidato precisa entender qual é o seu objetivo profissional e qual formato se adequa melhor ao seu cotidiano”, recomenda.

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