Estudo do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), dos EUA, aponta que as fake news ou notícias falsas se espalham 70% mais rápido que informações verdadeiras. Um outro estudo, do Relatório de Notícias Digitais do Instituto Reuters, mostra que o Whatsapp é uma das principais redes sociais de discussão e troca de notícias do Brasil. Mas antes de compartilhar uma informação, é preciso averiguar a veracidade, pois quem compartilha uma fake news também pode ser culpabilizado judicialmente, como afirma a professora e advogada Cinira Gomes Lima Melo, gestora do curso de Direito da USCS (Universidade de São Caetano).
Muitas pessoas acreditam que a internet é terra sem lei, mas há muitos anos essa não é a realidade. “Nós temos o Marco Civil da internet, que é uma das ferramentas para garantir a proteção de dados e a segurança dos usuários da internet”, explica Cinira. “A legislação está sendo adequada para atender a atual realidade da nossa sociedade, e nós já conseguimos processar, nos âmbitos civil e criminal, os responsáveis por criar e disseminar falsas notícias. Por isso, a importância de verificar as informações antes de compartilhar”, ressalta.
Um levantamento da Kapersky, empresa global de cibersegurança, revelou que 62% dos brasileiros não conseguem reconhecer um notícia falsa. Mesmo assim, o brasileiro é o povo mais preocupado do mundo com a propagação desse tipo de informação, segundo a Reuters Institute. “As fake news podem causar danos. Antes de compartilhar, além de verificar a veracidade, precisamos pensar o que aquela informação fará com a vida de quem a recebe e o que fará para a sociedade em geral”, afirma Cinira.
Vítima
Para quem sofre com a repercussão de informações falsas ou ataques pela internet, principalmente que afetem a vítima de forma emocional, Cinira explica que é importante recorrer à polícia e a um advogado. “O processo judicial e investigativo pode ser demorado, mas conseguimos, com uma liminar, pedir que as redes sociais retirem aquela informação que causa incômodo, além disso, podemos procurar os responsáveis pela criação e disseminação das informações e processá-los civil ou criminalmente” explica a advoga, que reforça que em alguns casos cabe indenização à vítima. “Se te causa problemas, procure um profissional, busque seus direitos”, diz.