A perda de memória pode estar associada a alguns tipos de demências, como o Alzheimer, que acomete mais de 70% dos pacientes diagnosticados com quadros de degeneração cognitiva, ou pode também estar ligada à hipertensão, tabagismo, má qualidade do sono, ansiedade, depressão, estresse, bem como síndrome pós-covid e o isolamento social. Quando o quadro causa incômodo e afeta o cotidiano, é preciso procurar um médico especialista. O alerta é da neurologista Claudia Cristina Ferreira Ramos, docente do curso de medicina da USCS (Universidade de São Caetano). Práticas como exercícios mentais e hábitos mais saudáveis, principalmente do sono, auxiliam na prevenção e melhora do paciente.
Manter o cérebro ativo, exercícios físicos e boa alimentação são essenciais. “Jogos de aplicativos ou de tabuleiros, que trabalhem a linguagem, memória e raciocínio, são ótimos e devem ser praticados todos os dias por, no mínimo, 15 minutos. Atividades sociais, prejudicadas no período de isolamento social, como grupos religiosos e trabalhos voluntários, lidar com diferentes públicos e conversar, também ajudam a ativar o cérebro”, explica Claudia, durante entrevista ao RDtv, desta segunda-feira (21/2).
A qualidade do sono também contribui. Praticar uma rotina de higiene do sono e ter um descanso reparador impactam diretamente na qualidade de vida do paciente. “Sem um sono adequado, a pessoa fica sonolenta, com alterações de humor e de atenção, o que reflete na perda de memória”, explica a médica. Portanto, criar um ritual para dormir, com horário fixo para se deitar, tomar alguma bebida quente ou um banho, desligar as luzes e aparelhos eletrônicos, como televisão e celulares, podem fazer parte da rotina do sono. “Quando o momento de dormir se aproxima, o ideal é realizar atividades que acalmem o corpo, como meditação ou leitura. Esses hábitos garantem um sono reparador”, afirma Claudia.
Quanto aos tratamentos para a perda de memória, a neurologista ressalta que é preciso entender o cotidiano do paciente e analisar causas e estágios do quadro. “Depende também do tipo de transtorno. Após testes e com o diagnóstico preciso, podemos determinar os diferentes tratamentos. O paciente pode precisar de suplemento vitamínico, acompanhamento de alguma doença de base, como hipertensão, verificar se há utilização de algum remédio que altere o sono, depressão ou se está ligado à alguma demência, como Alzheimer. Há muitas possibilidades”, diz.