Para enfrentar a atual crise econômica e os impactos causados pela pandemia do coronavírus, as regionais do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) no ABC defendem a atualização da identidade das indústrias da região, por meio da união entre as sete cidades, pelas entidades, associações e poder público.
O Ciesp de Santo André entende que a região deve unir forças para garantir a retomada econômica e definir a identidade industrial do ABC, berço das indústrias automobilísticas, mas que atualmente atua em outros ramos, possui novas propostas e demandas que devem ser atendidas. É preciso atualizar a visão que se tem do ABC e entender os problemas, para assim, trazer novas empresas e novas tecnologias que atendam as indústrias. Esse é um dos pontos abordados pelo vice-diretor da regional de Santo André do Ciesp, José Tunes, durante entrevista ao RDtv, nesta quinta-feira (10/2).
A aproximação das entidades com as universidades e associados é uma das apostas do Ciesp para 2022. “Precisamos ampliar o canal de contato com os nossos associados para ouvir as demandas e levá-las à central do Ciesp e ao poder público, para defender a construção de políticas industriais mais adequadas. As universidades também precisam estar mais próximas da realidade das indústrias da região para desenvolver propostas e soluções mais adequadas”, explica Norberto Luiz Perrella, diretor titular, reeleito para a gestão 2022-2025 no Ciesp Santo André, que engloba Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Enel
Perrella aponta que as indústrias têm enfrentado a falta de matéria-prima e elevação dos custos de insumos, bem como problemas relacionados à mão-de-obra, pelo afastamento por sintomas gripais, e falta de trabalhadores qualificados. Outro ponto é o impacto causado pelo aumento no custo da energia elétrica. “Essa é uma questão que afeta muito, porque além da alta nos preços, enfrentamos a baixa qualidade no fornecimento dessa energia. Marcamos para os próximos dias uma reunião com a distribuidora para buscar soluções sobre o tema”, conta.
Segundo o vice-diretor do Ciesp Santo André, as indústrias no Brasil já foram mais fortes e hoje necessitam de um olhar mais focado no setor. “A carga que a indústria traz de impostos e contribuição, como a geração de empregos, é desproporcional ao que ela representa no País. O poder público precisa rever a política industrial, não apenas para alguns setores, mas para a indústria como um todo”, afirma Tunes.