O morador de Santo André, Antonio Carlos Bonaite, de 58 nos, enfrenta dificuldade para seguir o tratamento da neta, de 9 anos. A menina sofre de puberdade precoce e faz uso do medicamento Leuprorrelina 11,25 mg. A injeção deve ser aplicada a cada três meses, mas a medicação de alto custo está em falta no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, desde dezembro do ano passado. “A última vez que retirei o remédio foi no fim de setembro do ano passado, entrei novamente em contato com o hospital e ainda não há previsão de chegada”, afirma Bonaite.
Com a falta do remédio, a família tem de desembolsar R$ 350 por mês para manter o tratamento. “Essa seria uma dose menor e é aplicada todos os meses, e não a cada três. Se ela interromper o tratamento, pode vir menstruar muito cedo. O tratamento será realizado até que ela complete 12 anos”, explica o avô.
No dia 14 de janeiro, Bonaite abriu uma reclamação junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo, para obter resolução do caso. “Quero que o Ministério apure os motivos da falta da medicação. Isso pode acarretar problemas tanto físicos quanto psicológicos à minha neta e a outras crianças que sofrem com a mesma doença”, diz.
Resposta do hospital
A Coordenadoria de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde informa, em nota, que já adquiriu o medicamento Leuprorrelina 11,25mg e que cobra celeridade na entrega junto ao fornecedor, que está sujeito a multa por descumprimento do prazo. A entrega para a Farmácia de Medicamento Especializado (FME) do Hospital Mário Covas está prevista para os próximos dias.