A síndrome de Burnout passou a ser reconhecida como doença ocupacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS), desde o início do ano. Em entrevista ao RDTv, o médico psiquiatra, Cyro Masci reforça que a doença, que se tratava de um agravante, hoje, é considerada uma síndrome causada pelo trabalho.
Por definição, diz o médico, o Burnout está relacionado às relações de trabalho, não se pode correlacionar com outros quadros que não possuam esta relação. “Muitos acreditam que não havia a necessidade desta mudança, já que se pode ter ansiedade e depressão, mas estas doenças, diferentes do Burnout, não são exclusivamente desencadeadas pelo trabalho”, afirma.
A síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema. Essa condição também é chamada de síndrome do esgotamento profissional e afeta quase todas as facetas da vida de um indivíduo. É o resultado direto do acúmulo excessivo de estresse, de tensão emocional e de trabalho e é bastante comum em profissionais que trabalham sob pressão constante, como médicos, publicitários e professores.
Masci explica quando o profissional tem uma demanda de trabalho muito forte e a suas capacidades não estão à altura da necessidade, o mesmo entra em um estado de desequilíbrio, o que causa a sobrecarga. “Mas não se deve atribuir isto à falta de capacidade do trabalhador e sim à alta demanda que o local onde ele trabalha exige”, expõe.
A doença tem três dimensões. Começa com exaustão emocional, depois vem a agressividade, em que o indivíduo não aceita críticas no trabalho e agride verbalmente os colegas por conta do esgotamento. O último ponto é a baixa realização profissional, momento em que o indivíduo não tem mais capacidade de realizar as tarefas no ambiente de trabalho, onde costumava fazer antes.
O médico comenta, ainda, sobre os atendimentos, realizados no consultório, onde muitos pacientes pensam se tratar de Burnout. “Com esta divulgação inicial, as pessoas ficam muito confusas. Elas têm crise de pânico, ansiedade e acham que é Burnout, mesmo não tendo nada a ver com o trabalho. Por isso, é importante procurar um especialista para descobrir qual é o diagnóstico”, diz.
A pandemia e o home office foram um dos grandes responsáveis pelo aumento no número de casos de Burnout, comenta. “As reuniões virtuais, que nunca têm fim, geraram fadiga e exaustão aos trabalhadores, isso já pode ser considerado como a síndrome. As pessoas não sabiam direito como se comportar nestas reuniões, por ser algo tão novo para todo mundo e, até o faturamento das empresas, que deve queda durante este período, é motivo para causar um sobrecarga em gestores e empregados”, ressalta o psiquiatra. Informações pelo https://masci.com.br/