Mineradoras investiram R$ 16,7 bi em segurança de barragens, diz Fiemg

O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, disse nesta quinta-feira, 20, que as principais mineradoras investiram R$ 16,7 bilhões em segurança, tecnologia de filtragem e descaracterização de barragens de rejeitos em Minas Gerais nos últimos três anos, desde o rompimento da barragem em Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro de 2019.

“Isso custa muito dinheiro e o setor só não investiu mais porque a técnica de descaracterização das barragens exige tempo. Fazer algo açodado em barragens muito grandes, aí sim, compromete a segurança”, disse Roscoe, durante entrevista coletiva. “O valor investido daria para construir 160 mil casas do programa Minha Casa Minha Vida, as simples”, acrescentou.

Newsletter RD

Roscoe disse que as mineradoras seguem com o compromisso de descaracterizar as barragens a montante – do mesmo tipo que colapsou em Mariana, em 2015, e em Brumadinho, em 2019. A descaracterização é a intervenção na estrutura para que perca as características de barragem, como a drenagem de água e o plantio de vegetação, por exemplo.

Pela legislação, a descaracterização das barragens a montante deveria ocorrer até 25 de fevereiro deste ano. Para ele, porém, o prazo seria inexequível de forma segura. “O compromisso de descomissionar existe, é claro. Mas cada caso é preciso de um prazo específico para preservar a segurança. Grandes barragens são sensíveis a movimentos abruptos e podem ocasionar acidentes”, disse.

Segundo o presidente da Fiemg, a descaracterização de grandes barragens podem levar de dois a três anos para ter seu projeto realizado e aprovado por órgãos ambientais. “Como se poderia já ter descomissionado barragens de 100 mil toneladas, meia safra agrícola brasileira de um ano inteiro, se só o projeto demora três anos? Por isso, defendemos um prazo adequado.”

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes