O retorno das festividades de fim de ano estimulou o aumento dos gastos com a ceia de Natal neste ano. No ABC, o gasto médio previsto será de R$ 510, segundo Pesquisa de Intenção de Compras, a PIC Ceia de Natal, realizada pela Universidade Metodista. Em relação ao ano passado, houve um aumento real de 17,5% (o gasto médio chegou a R$ 392).
Cerca de 54% dos entrevistados declararam que pretendem gastar mais de R$ 500. No ano passado, essa pretensão de gasto foi revelada por cerca de 28% dos entrevistados.
Apesar da inflação alta, que influencia no aumento do preço dos insumos, a expectativa do reencontro das famílias para celebrar o Natal e retomar a tradição é um fator que favorece o aumento do consumo. “Hoje há uma demanda reprimida que aguarda por este momento, o que estimula o gasto com a ceia”, afirma o economista Sandro Renato Maskio, professor doutor da Universidade Metodista e Strong Business School.
Quase 54% dos entrevistados promoverão festa de Natal em casa e outros 43% participarão dos festejos na residência de amigos ou familiares. As celebrações em restaurantes aparecem na pesquisa com quase 3%.
Maskio ainda observa a ampliação da preferência dos consumidores pelo pernil, dada pela redução do preço da carne suína ao longo de 2021 de aproximadamente 6% até novembro, frente à inflação de 9,26% no mesmo período, segundo o IPCA-IBGE. Isso demonstra um comportamento de pesquisa de preços pelo consumidor, incentivado pela combinação de fatores como taxa de desocupação elevada (que resulta em média de rendimento menor da população), renda mais baixa entre os trabalhadores ativos e inflação elevada. “Essa combinação leva ao surgimento de consumidores mais atentos aos preços, força a mudança de comportamento”, diz.
A liderança de consumo, contudo, continua com as tradicionais aves assadas (14,3% das preferências), seguidas pelo pernil (12,9%), farofas (12,6%), panetone (11,7%), frutas (10,7%) e pavês (10%). A PIC Ceia de Natal envolve 358 questionários validados nos sete municípios do ABC. O estudo apresenta margem de erro de 4,3 pontos percentuais, com 95% de confiança.