O Sesc Santo André e a empresa Puzzle Arte e Meio Ambiente iniciaram um projeto, intitulado Oceano ao Meu Lado, sobre o impacto das ações humanas nos oceanos, por meio de 14 afluentes que desaguam no rio Tamanduateí, em Santo André. A ideia é apresentar à população, por meio de ação fácil e educativa, a importância, o nome e a relação dos rios na vida de quem reside na região, já que muitas vezes ao serem canalizados, são esquecidos.

O projeto traz a visão da bióloga e professora Marta Marcondes, também coordenadora do Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos), da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), e a operacionalização de Sandro Nicodemo, diretor da Puzzle Arte e Meio Ambiente, e de Elaine Zanarotti, técnica de programação em educação para sustentabilidade do Sesc Santo André. Os três falaram sobre o projeto no canal RDtv.
Por meio de vídeos e fotos, o projeto fará o registro da maior diversidade de situações possíveis, de modo a proporcionar referências múltiplas para processos dialógicos posteriores com o público. “Também trabalharemos com perguntas e reflexões, principalmente para saber como as pessoas se relacionam com os rios da bacia onde moram, e se sabem o nome dos mesmos, por exemplo”, explica Nicodemo.
O projeto Oceano Ao Meu Lado faz parte da exposição fotográfica Oceano Alterado, que o Sesc Santo André abriu neste dia 7 de outubro, idealizada pelo curador João Kulcsár. A mostra reúne trabalhos das fotógrafas Ana Carolina Fernandes e Mandy Barker e das coletivas femininas Mamana Coletiva e The Journal Collective. É um olhar ao oceano, pensado sob a perspectiva do posicionamento da câmera e das autoras, criando uma sensação de mergulho e imersão nas águas. A exposição é virtual e pode ser vista no site da unidade – sescsp.org.br/santoandre
Elaine comentou que a ideia da parceria com projeto Oceano Ao Meu Lado é apresentar de forma inicial a visão que se tem destes afluentes via imagens. “Dentro dessa programação interativa pensamos em como despertar, principalmente em Santo André, a relação do oceano com os rios. Tudo que fazemos em ações locais refletem no oceano e vemos isso com a própria história, a exemplo do rompimento de barragens”, exemplifica.
Nicodemo ressalta a importância de representar os rios e dar voz às necessidades e atuais situações de cada um. “Esse projeto vai proporcionar a possibilidade para que alguns convidados e trabalhadores das bacias do Tamanduateí mostrem diferentes olhares”, explica. Ao todo, são 14 convidados com perfis diferentes, entre artistas, universitários e cidadãos comuns. “Assim vamos conseguir mostrar que todo mundo tem essa responsabilidade com o meio ambiente, sem diferença alguma”, comenta o diretor.
Com ampla bagagem no tema, a bióloga Marta Marcondes traz de forma educacional informações técnicas importantes para a população, a respeito dos rios e sua ligação com os oceanos. “A questão de conhecer o rio que está perto de você e o que te faz sentir parte do projeto é o mais interessante”, enfatiza. “Queremos resgatar essa paixão da população pela água, pelo respiro da natureza, e mostrar isso de forma poética”, reforça a professora, que possui estudo sobre a qualidade da água do córrego Utinga.
Os 14 afluentes de Santo André são os córregos Itrapoã, Cassaquera, Guarará, Utinga, Apiaí, Carapetuba, Cemitério, Beraldo, Alzira Franco, André Ramalho, Sorocaba, Comprido, Jundiaí e Alameda Calcutá.