Com a recente falta do imunizante AstraZeneca em postos de saúde de São Paulo, outras regiões do estado devem se manter em alerta sobre uma possível escassez no estoque. O problema, que já atinge mais de 96% dos pontos de aplicação da capital paulista, ainda não foi registrado no ABC, no entanto, Diadema já apresenta inseguranças a respeito de seu estoque atual.
Segundo a Prefeitura, as segundas doses de AstraZeneca só estão garantidas até sábado (11/9). A cidade não foi informada sobre um novo abastecimento. Em nota enviada ao RD, a administração explica que, caso haja desabastecimento, será necessário suspender temporariamente a vacinação até que o município receba novo lote de doses. No momento, não há outro imunizante com baixo estoque na cidade.
O pneumologista e professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, Elie Fiss, explica que o prazo indicado entre a primeira e a segunda dose da vacina contra a covid-19 já é alongado em relação à recomendação. Assim, o mesmo não deve ser ainda mais excedido. “Pessoas que ficarem sem a segunda dose dentro do prazo indicado, devem reclamar e exigir a aplicação”, diz.
Enquanto o esquema vacinal não estiver finalizado, a pessoa segue mais vulnerável à infecção do vírus. De acordo com Fiss, no caso da população com comorbidades, o risco é ainda mais elevado. Além disso, com a circulação da variante delta, que possui taxa maior de transmissibilidade e já foi confirmada na região, a vacinação se torna ainda mais necessária.
De acordo com Elie, uma alternativa para a falta de imunizantes, seria aplicar a vacina Pfizer como segunda dose, em munícipes que receberam a 1ª dose da AstraZeneca. “Inclusive essa é uma boa combinação, como mostrado por diversos estudos, devido a criação de bons anticorpos”, afirma.
Procuradas, as Prefeituras de Ribeirão Pires, São Bernardo, São Caetano e Mauá informaram que não possuem falta de vacinas para dar sequência ao cronograma previsto. Santo André e Rio Grande da Serra não retornaram até o fechamento desta reportagem.