
O SindSaúde ABC (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Saúde do ABC) realiza nesta quarta-feira (18/08) à partir das 9hs um ato seguido de caminhada da avenida Pereira Barreto até o Paço de São Bernardo, contra a demissão de cerca de 200 trabalhadores do setor nos últimos dois meses. De acordo com a entidade sindical os cargos eram mantidos pela FUABC (Fundação do ABC), OSS (Organização Social de Saúde) contratada pela administração municipal e estão sendo ocupados por pessoas em cargos de confiança. Prefeitura e Fundação negam demissão em massa e cortes por motivação política.
Um grupo composto pelos funcionários demitidos, familiares e o sindicato fará caminhada da sede da entidade até a prefeitura onde vai pedir reunião com o prefeito Orlando Morando (PSDB) para entrega de documento que fala sobre as denúncias feitas pelos ex-funcionários dos equipamentos de saúde da prefeitura.
Segundo Almir Rogério, o Mizito, presidente do SindSaúde, há uma crise iniciada desde março deste ano quando o vereador licenciado de Santo André, Almir Cicote, foi nomeado para a Central de Convênios, que é de responsabilidade da FUABC, e dias depois deixou o posto. “Quando da saída de São Bernardo da Central começaram uma série de boatos sobre demissões, que agora estão se concretizando. É tão grande que é impossível ser coincidência”, disse o sindicalista ao comentar que em outras cidades onde a FUABC atua não há problemas como esse.
O sindicato não tem uma justificativa sobre as demissões, já acionou até o Ministério Público do Trabalho e aguarda posicionamento. “Gostaríamos muito de saber o que está acontecendo, mas a Fundação não responde os nossos ofícios. A chateação, além da perda dos empregos, é que há pessoas com 20 anos de trabalho no posto em que estavam, são pessoas que dedicaram muitos anos de sua vida ao trabalho e agora foram demitidos sem nenhuma justificativa”, comenta Mizito. Além das demissões o SindSaúde denuncia que os funcionários ligados à fundação são punidos quando reclamam de mudanças de jornada de trabalho.
Em nota, a Prefeitura de São Bernardo, negou demissão em massa e por motivação política. “Diante da adequação dos equipamentos da rede, houve a necessidade de reorganização dos serviços, com estruturação de processos e fluxos de trabalho, que acarretou na redução do quadro de pessoal, de responsabilidade da organização social contratada pela administração”.
A fundação tem cerca de 6,5 mil trabalhadores em equipamentos de saúde de São Bernardo, 4,5 mil deles estão ligados ao SindiSaúde. A FUABC também refuta a versão do sindicato sobre demissão de trabalhadores para substituí-los por cargos de confiança. “Não procedem as informações divulgadas pelo SindSaúde ABC, sobre eventuais demissões para contratação de indicações políticas. A Fundação do ABC esclarece que as unidades gerenciadas no município de São Bernardo estão passando por reestruturação de processos, fluxos de trabalho e readequação dos quadros de pessoal, com dispensas pontuais para funções em duplicidade ou que puderam ser suprimidas em razão de novo modelo de gestão adotado. As mudanças buscam alcançar maior eficiência administrativa e economicidade, possibilitando ampliar investimentos na área da Saúde e melhorar o atendimento à população”, respondeu a OSS em nota.
PEC 32
O ato do SindSaúde ABC também vai coincidir com o Dia Nacional de Protestos e Paralisações, uma série de atos por todo país contra a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) número 32 que trata da reforma administrativa e interfere no funcionalismo ao permitir atividades privadas em empresas e órgãos públicos, como instrumentos de cooperação. A atividade tem o apoio da CUT Regional ABC e sindicatos da região. “Não tenho dúvida de que, assim que essa PEC for aprovada o prefeito Orlando Morando institui na cidade também”, dispara Mizito.