Residente da região central de São Bernardo, Kauê Almeida possui familiares que residem próximos a um pedágio, localizado na rodovia Anchieta, também no município, de onde a mãe se mudou há alguns anos. No pedágio em questão é cobrado o valor de R$ 30. No entanto, muitos moradores são de famílias carentes, de modo que a cobrança pesa em seus bolsos e pedem por isenção da taxa.
De acordo com Almeida, a região ainda carece de necessidades básicas, como mercados, farmácias e UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Assim, quando necessário, os munícipes precisam se deslocar até Riacho Grande. Entretanto, as idas ao distrito são dificultadas pela tarifa. Kauê conta que algumas famílias sequer possuem um veículo, enquanto outras que possuem deixam de usá-los devido o custo do deslocamento.
“Quando minha tia precisa sair, ela anda até Riacho Grande. Por conta da pandemia, eles (moradores) tem evitado pegar carona com caminhoneiros”, explica. Kauê enfatiza que, mesmo no período pré-pandemia, a carona com os caminhoneiros era difícil de se conseguir, além de um risco. “São quase 6km andados, ida e volta totaliza em cerca de 12km. Por conta do valor cobrado, muitos deixam de ir até um local que precisariam e, as vezes, acabam impedidos de ir a pé, ainda mais quando chove”, completa.
Kauê faz um apelo para que algum órgão responsável avalie deixar de cobrar o valor aos moradores que comprovem residir na região. Ele conta que há alguns anos uma carta assinada pelos munícipes foi encaminhada para a EcoRodovias, mas não houve retorno.
A equipe do RD questionou a companhia sobre um possível abatimento ou ajuste no valor sobrado para o público em questão. A EcoRodovias não retornou até o fechamento desta reportagem. (Colaborou Gustavo Lima)