Para ex-prefeito de Santo André e ex-deputado estadual, Carlos Grana (PT), o fato do vereador andreense, Eduardo Leite (PT) ter ido à justiça pedir autorização para se desfiliar do partido sem perder seu mandato, será prejudicial à carreira do parlamentar que corre risco de perder a cadeira de vereador na Câmara. Ainda de acordo com Grana, Leite sempre teve tudo que pediu no partido e o ex-prefeito diz não entender porque o vereador declinou da oferta para ser candidato a prefeito em 2019.
“Essa vitimização não faz bem para a trajetória do Eduardo, que é uma jovem e promissora liderança. Tudo que o Eduardo pediu para o PT ele teve; suas candidaturas a vereador, teve em 2018 para deputado federal quando eu tive orgulho de apoiá-lo. O Eduardo teria sido nosso candidato a prefeito em 2020, foi consolidado em uma grande reunião na presença do nosso presidente estadual, Luiz Marinho, mas não se sabe qual o motivo que o fez declinar. Enfim ele fez campanha de vereador e foi eleito. Essa questão da mesa diretora. isso é uma falsa polêmica, eles (vereadores) têm autonomia para definir o melhor caminho para compor a mesa diretora, mas tem a entrevista que ele deu onde generalizou certo apoio ao prefeito (Paulo Serra – PSDB). O PT é oposição ao prefeito Paulo Serra, ele afirmou que que tiraram a frase do contexto, então ele que fizesse uma manifestação pública para o jornal corrigir. E o partido deu apenas uma suspensão de dois meses, o partido foi generoso”, disse Grana sobre o episódio.
Apesar de não ser membro na executiva municipal do partido, Grana opinou sobre qual deve ser o posicionamento do partido, neste caso. “O mandato é resultado de uma somatória de todos os candidatos a vereador. Sozinho ele não conseguiria, precisaria 15 mil votos para fazer uma cadeira e só com os votos dele, Eduardo Leite não seria vereador. Hoje temos a fidelidade partidária e pela lei o mandato pertence ao partido, mas tem outra coisa; faz menos de seis meses que tomou posse então creio que o partido vai defender seu papel, de que o mandato é do partido, vejo pouca possibilidade do PT abrir mão. Mas isso cabe a direção. Eu percebo que o partido vai lutar para defender seu interesse, porque afinal de contas é um desrespeito aos demais candidatos”, comenta o ex-prefeito.
Mas a situação ainda não está definida segundo análise de Grana, que avalia que ainda há espaço para negociar a continuidade de Leite no PT. “Se ele quiser ser candidato a deputado federal tem espaço no PT. Essa judicialização não é o melhor caminho, melhor seria buscar diálogo e entendimento. É uma pena chegarmos a este momento, mas não podemos deixar o partido sem suas perspectivas. Há espaço de recompor e eu espero isso, porque o Eduardo é uma liderança importante e tudo que ele pediu lhe foi conferido, não vai ser uma advertência que vai mudar”, completa Grana ao dizer que está a disposição para recompor a relação do vereador com o partido. “Até porque não tem uma ruptura, mas um momento de discordância. Ele tem espaço ainda no PT como sempre teve. O partido vai ter uma nova oxigenação, mais jovem, e seria muito bom que o Eduardo Leite estivesse dentro”.
Eleições
Sobre as eleições de 2022, Carlos Grana disse que será um mero soldado do partido pedindo votos para seus companheiros e que não vai se candidatar. “O PT está montando uma chapa fortíssima, o Luiz Marinho terá meu apoio para deputado federal, mas eu não serei candidato ano que vem. Tive muita honra em ser deputado estadual, ser prefeito, tentei ser vereador a pedido do partido e não fui bem sucedido, eu reconheço isso. O partido reconhece que foi um resultado muito abaixo da expectativa. Eleições às vezes se ganha, às vezes não. Vou ser um soldado como gosto de ser e estarei na campanha de corpo e alma”, finaliza.