A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da OAS, na Câmara de São Bernardo, entra em uma nova fase nesta sexta-feira (11/6) com o depoimento do ex-diretor da Prefeitura, Brasil dos Santos Rodrigues. Esse será o primeiro agente público ouvido pelos vereadores após uma série de depoimentos com ex-funcionários da empreiteira. Além disso, ainda é aguardada a resposta sobre os recursos para que outros depoimentos sejam liberados.
Rodrigues, segundo o presidente da CPI, Maurício Cardoso (PSDB), em entrevista ao RDtv foi o diretor que passou mais tempo à frente da obra do Piscinão do Paço, no projeto Centro Seco. A ideia é tirar dúvidas sobre diversas questões, principalmente de outros contratos de consultoria que foram realizados à época e o pagamento de propinas relatados por outros depoentes ao longo da Comissão.
As investigações apontam que foram pagos R$ 20 milhões em propina por dois anos, inclusive com o depoimento do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. Até o momento não foram apontados diretamente nomes dos envolvidos no esquema, mas houve o relato de pagamento em forma de Caixa 2 para campanhas do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), outro nome que pode ser chamado no decorrer da CPI que tem até setembro para entregar o seu relatório.
Outra preocupação no momento para os integrantes são os três habeas corpus favoráveis à Marcel Vieira, Carlos Henrique Barbosa Lemos e Alexandre Taurino para que todos não precisassem comparecer. A Câmara de São Bernardo já recorreu, mas até o momento não houve resposta, o que preocupa os vereadores.
“É um absurdo. Nós pedimos esses recursos e alegam que a Justiça está mais lenta, pois estamos em tempos de pandemia, todos estão em home office, é mais complicado, mas quando os três pediram o habeas corpus foi rapidinho para conceder. Essa questão do Judiciário na CPI é impressionante, mas não vamos parar os trabalhos”, disse o relator Julinho Fuzari (DEM) também ao RDtv.
O principal nome entre os três é o de Marcel Vieira. Para Maurício Cardoso, “ele era o gerente operacional da obra, ele era a pessoa que fazia a interlocução com os agentes públicos e políticos da cidade, e com certeza se os recursos tiverem êxito vamos dar um passo muito grande nessa CPI”.
Sobre os convites ao ex-juiz federal Sérgio Moro e o promotor Deltan Dallagnol para ajudar na apuração, até o momento não houve qualquer tipo de resposta. Mesmo com os últimos acontecimentos em relação a ambos e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato, Fuzari considera que a CPI vai comprovar os erros na gestão de Marinho.