Em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da OAS, na Câmara de São Bernardo, nesta segunda-feira (24/5), o ex-diretor da empresa Mateus Coutinho de Sá Oliveira relatou que anualmente a empreiteira pagava R$ 300 milhões em propina para agentes públicos e políticos, sendo que a maior parte deste valor era para enriquecimento ilícito. Comissão ainda terá mais depoimentos nesta semana.
“Foi um depoimento que elucidou ainda mais os nossos trabalhos da CPI da OAS, em São Bernardo. Ele nos deu nomes e relatou sobre quem eram os responsáveis pela distribuição das propinas”, disse o vereador Julinho Fuzari (DEM), relator da Comissão.
Segundo o depoente, os documentos que comprovam todo o esquema estão nas mãos tanto do STF (Supremo Tribunal Federal) quanto do Ministério Público Federal. Os integrantes da CPI pretendem pedir tais documentações, lembrando que a princípio a Comissão termina no dia 7 de junho, caso não haja pedido para prorrogar o prazo.
Nesta semana ocorrerão outros dois depoimentos. Na quarta-feira (26/5) será ouvido Ramilton Lima Machado Junior, retratado como responsável pela geração e distribuição de Caixa 2 no Nordeste. Na quinta-feira (27/5) será ouvido Alexandre Louzada Tourinho, que também atuava no setor financeiro da empresa.
O objetivo da CPI é saber se houve o pagamento de propina em relação às obras feitas pela empresa durante a gestão de Luiz Marinho (PT), entre elas, as intervenções do projeto Drenar que visou acabar com os problemas de enchentes na região central.
Tais obras chegaram a ser paralisadas em 2015, época em que iniciou a investigação desta e outras empresas na Operação Lava-Jato. Aliás, a CPI são-bernardense já indicou que pretende ter a ajuda do ex-juiz Sérgio Moro nesta situação.