As grávidas vão poder se vacinar contra a covid-19. Apesar de ainda não haver estudos sobre a imunização neste grupo, os riscos que a própria gravidez traz para as mulheres mesmo sem comorbidades devem diminuir. Além disso, pesquisas sobre a segurança das vacinas comprovam que os imunizantes se saíram seguros na população em geral.
Thais Facca, ginecologista, obstetra e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), afirma que a demora na decisão sobre a inclusão de grávidas no Plano Nacional de Vacinação, do Ministério da Saúde, se deu pela falta de estudos, mas o custo benefício que as vacinas têm trazido para a sociedade acataram na decisão, já que possuem riscos mesmo sem ter comorbidades.
A professora afirma que já existe na literatura médica informações de que as grávidas têm apresentado mais risco ao contraírem o novo coronavírus. Isso não só na parte pulmonar, mas na parte obstétrica, desde perda fetal, aumento de complicações na cesariana e parto prematuro, então não necessariamente tem relação com diabetes ou hipertensão e outras comorbidades, inclusive está tendo risco no puerpério da mulher”, explica.
Com previsão para o início da vacinação em maio, Thais ressalta que a data ainda pode ser adiada, em razão da falta de vacina e possíveis grupos de prioridade que ainda não foram vacinados. “Em um primeiro momento as gestantes de alto risco vão ter prioridade e na sequencia as demais”, comenta.
A comprovação da gravidez não é exigida pelo Ministério da Saúde, mas para o controle das aplicações o relatório médico e documentos que comprovem a condição podem ser solicitados na hora da triagem. “A própria Sociedade de Ginecologia disponibilizou para os médicos um termo de consentimento e como encaminhar a gestante para a vacinação. Acredito que será muito bom, já estão escritos os riscos, até para não colocar toda essa responsabilidade ao médico”, completa.