Novo coronavírus, Covid-19, P.1, P.2, novas cepas… Desde 2020 a pandemia trouxe uma série de nomes e informações que estavam longe do alcance do grande público e assim se tornou cada vez mais necessário o trabalho dos infectologistas que tem o desafio de decifrar o problema e auxiliar as pessoas nesta proteção. No próximo dia 11 de abril é comemorado o dia deste profissional. O RDtv entrevistou nesta sexta-feira (9/4) o infectologista e professor do curso de Medicina da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo), Renato Grinbaum, para falar do assunto. O profissional relatou sua esperança de que o aumento dos investimentos na ciência possa ser o grande legado no pós-pandemia.

“Precisamos retomar uma coisa que há duas gestões o Brasil começou a desprezar, é achar que verba pública para a ciência é desnecessário, que é um luxo, que é um mal uso do dinheiro público, que é uso político. Na verdade, eu espero que essa pandemia mostre que dinheiro para as universidades, para as pesquisas básicas, mesmo que sejam para algo que pareça pequeno, possa aumentar”, disse o infectologista.
Segundo os dados do Senado Federal, o orçamento para a ciência no Brasil caiu de R$ 13,97 bilhões em 2015 (ano de pico dos investimentos) para R$ 5 bilhões em 2020. Apenas como comparativo, os Estados Unidos orçaram US$ 6,1 bilhões (R$ 34,6 bilhões) só para a luta contra o Covid-19 na área cientifica.
Até o ano passado a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) bancava 80 mil bolsas de estudos tanto em programas de pós-graduação quanto na educação básica, 25% a menos do que os dados registrados em 2014.
Além das necessidades de novos investimentos, principalmente levando em conta novas epidemias ou pandemias que possam surgir no futuro, Grinbaum considera que outro ponto de legado é o aumento da credibilidade dos cientistas junto à população, principalmente levando em conta a pouca busca de informações juntos aos especialistas.
“Pensamos que as novas redes seriam formas boas de comunicação, mas não é o que acontece. Muitas pessoas acreditando em situações que não são comprovadas cientificamente como o tratamento precoce (contra o Covid-19), algo que está provado que não existe. Espero que as pessoas busquem mais informações com os especialistas que estão estudando muito e sempre se atualizando para melhorar a situação”, afirmou.