ABC - quinta-feira , 2 de maio de 2024

Na beira do colapso, municípios tentam acelerar novos leitos para covid

Hospital de Campanha de Ribeirão Pires liderou as preocupações com leitos na região (Foto: Divulgação)

O Brasil encerrou a primeira semana de março com mais de 10 mil mortes por covid-19. O ABC no mesmo caminho ultrapassou a casa das 220 vítimas em sete dias. Na busca de reduzir os problemas causados pelas aglomerações nas festas do final de ano e das reuniões no Carnaval, as prefeituras querem até o final da primeira quinzena de março colocar mais de 100 novos leitos à disposição dos infectados.

Santo André viu a ocupação de seus 527 leitos (somadas enfermaria e UTI) sair dos 80,53% do dia 1º de março para 87,68% na última sexta-feira (5/3). E com a média de idade dos internados cair de 67 anos para 37 anos, fator que causa preocupação nos gestores, pois o tempo médio dessas pessoas nos leitos de UTI está em 10 dias, enquanto os idosos ficavam cerca de cinco dias, com a maioria se recuperando plenamente.

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Os andreenses tentam emplacar 50 novos leitos de UTI no Centro Hospitalar Municipal em até 15 dias, sendo que 10 já estão estalados e disponíveis para os infectados. O CHM ou Santa Casa, como é chamado popularmente, virou um local que terá apenas leitos covid para os casos graves e os moderados ficaram nos leitos de enfermaria dos hospitais de campanha.

São Bernardo aguarda o aumento do número de vagas nas cidades vizinhas para desafogar os seus hospitais. A cidade conta com 457 leitos no total, sendo 151 de UTI que ultrapassaram a casa dos 80% no início de março, enquanto os leitos de enfermaria estão com ocupação abaixo dos 70%, situação também vista em outros municípios. A média de idade dos pacientes também caiu para 55 anos.

A Prefeitura investiu R$ 307,9 milhões no combate a pandemia durante o último ano, sendo que R$ 189,9 milhões vieram da União e R$ 56,1 milhões são oriundos do Estado.

Surpresa

São Caetano acabou a primeira semana de março como a “surpresa” da região. Com os leitos de UTI ocupados em 75% no início da semana e os de enfermaria com 87,5%, com 10 casos da nova cepa P.1, também conhecida como a variante de Manaus, e o anúncio de mais 48 leitos de enfermaria em um hospital de campanha e 30 leitos de UTI pagos pelo Estado. Agora a Prefeitura quer entrar na Justiça para sair da fase vermelha do Plano São Paulo e migrar para a fase laranja, com isso ampliar a flexibilidade da abertura do comércio.

100%

Em janeiro, Mauá alcançou os 100% da ocupação de seus leitos e ganhou mais 10 leitos do governo do Estado. Em março foi a vez de Diadema e Rio Grande da Serra chegar nesse ponto. Durante dois dias os 76 leitos dedicados para os pacientes diademenses foram completamente ocupados. A Prefeitura conseguiu com o Estado mais 20 leitos que serão instalados no Hospital Municipal. A média dos internados é de 55 anos, abaixo do primeiro grupo de risco que é vacinado neste momento.

Ribeirão Pires teve um cenário parecido em seu hospital de campanha, com um problema a mais: o contrato venceu no dia 28 de fevereiro, porém, acabou socorrida pelo Consórcio Intermunicipal que disponibilizou R$ 300 mil para custear o equipamento por mais 30 dias.

Ao RD a Prefeitura afirmou que além dos 10 leitos conquistados com o Estado, o comando do Palácio dos Bandeirantes ainda bancará por mais 90 dias o equipamento de urgência para os infectados pela covid-19, o que acaba ajudando outras cidades como Mauá, Rio Grande da Serra e Suzano. A previsão é habilitar todos os leitos em 15 dias.

Questionada pela reportagem, Mauá não respondeu aos questionamentos.

Comunicação

Com a confusão de discursos entre os governos federal e estadual, a reportagem indagou as prefeituras sobre a forma que têm orientado os munícipes sobre os principais cuidados contra a covid-19. Todas afirmaram que, além das redes sociais, utilizam carros de som para falar com as pessoas sobre o tema, além dos servidores públicos que também ajudam na campanha de conscientização.

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